5 alavancas para as empresas começarem a preparar a Agenda 2030

Foto ONU

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos em 2015, pela Assembleia Geral das Nações Unidas e, em 2023, eles continuam a ser um desafio para as empresas. O programa, com o nome de “Agenda 2030” agrega 169 objetivos e constitui um roteiro de atuação para as organizações atingirem as metas de sustentabilidade global.

“A utilização de tecnologias limpas e de práticas mais sustentáveis, significará que a implementação deste modelo terá um impacto transversal numa grande parte dos ODS”, explica João Costa, Country Manager da Expense Reduction Analysts. “Parece-me irreversível que as empresas que não sigam a rota da sustentabilidade, venham a atrair menos talento e clientes, percam quota de mercado e, eventualmente, venham a ser superadas por outras, alinhadas com a agenda da década.”

Neste sentido, o responsável da Expense Reduction Analysts em Portugal, empresa de consultoria de empresas no âmbito da sustentabilidade, da otimização de custos e da mitigação de risco, destaca cinco alavancas para uma transformação sustentável, para as empresas poderem preparar e iniciar 2023 com os olhos postos em 2030:  

1 | Investir em energia limpa para um negócio saudável

Estima-se que, até 2050, o consumo de energia do mundo terá duplicado. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), nos próximos 10 anos serão criados na Europa entre 700.000 e 1 milhão de “empregos verdes” relacionados com a inovação sustentável e as energias renováveis.

“Para que o sistema seja técnica e operacionalmente sustentável, é necessário assegurar a adaptação das centrais de produção de eletricidade e das suas redes de distribuição. Estas garantirão um fluxo de eletricidade contínuo e estável, integrando fontes de energia renováveis e permitindo a criação de novos serviços para os consumidores.”

Foto: ONU

2 | Caminhar para uma mobilidade sem emissões

A “mobilidade sustentável” é um objetivo ambicioso, que deve ter em conta uma visão a 360° e saber com que meios e nível de eficiência energética é produzido o transporte de todos os “atores” diretos (colaboradores) e indiretos (fornecedores) do mesmo.

“O conceito de mobilidade está a evoluir para ser um serviço e não um bem, pelo que o pay-per-use será cada vez mais uma tendência. Algumas das opções que têm crescido enquanto tendências são também a compra em propriedade, o leasing financeiro, o aluguer a curto e médio prazo, o renting (aluguer operacional) e a partilha de recursos.”

3 | Reciclar, reduzir e reutilizar

Todo e qualquer processo de fabrico de bens ou serviços implica um custo ambiental e, para o reduzir, há que otimizar materiais e resíduos, aumentando a sua vida útil. As empresas geram resíduos que são intrínsecos à sua atividade e têm de ser geridos corretamente, analisando-os em pormenor, tentando minimizá-los e evitar que acabem em tratamentos de eliminação.

“Do ponto de vista dos fabricantes, a tendência fundamental deve ser a de aumentar a utilização de materiais recicláveis e, ao mesmo tempo, aumentar a percentagem de matérias-primas provenientes da reciclagem, reduzindo assim o consumo de materiais virgens.”

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

4 | Inovar e digitalizar

“A tecnologia e a digitalização devem tornar-se elementos-chave da sustentabilidade, promovendo melhores decisões com base no conhecimento e acelerando a realização da Agenda 2030. Tecnologias como a realidade virtual, IoT, Big Data, AI e novos sistemas de armazenamento baseados na cloud, permitirão soluções escaláveis, reduzindo simultaneamente o consumo de energia e as emissões de CO2.”

Estima-se que a tecnologia 5G será capaz de criar valor social em 11 dos 17 ODS da ONU, e que a adoção do teletrabalho terá um impacto direto na vida dos colaboradores, no ambiente, na inclusão social, nas desigualdades de género e no desenvolvimento das populações rurais, entre outros.

5 | Aplicar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência

2030 será uma década decisiva para os Estados-Membros da União Europeia e, em especial, para Portugal. Garantido o acesso aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), há que garantir um país mais competitivo e sintonizado com as prioridades da Indústria 4.0., alinhadas com as dimensões do PRR: Resiliência, Transição Climática e Transição Digital.

“O foco das empresas deverá estar na desmaterialização de processos de produção, criar canais de comercialização ou adotar uma cultura de experimentação e inovação, essenciais para uma sociedade mais digitalizada”, preconiza o responsável Expense Reduction Analysts, em Portugal.

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