Seguir em frente quando tudo corre mal

Muitas das pessoas com quem trabalho têm sonhos que tencionam realizar. Objetivos pelos quais lutam diariamente, metas tão diversas como terem o seu próprio negócio ou tornarem-se músicos profissionais.

Se está a ler isto e não tem nenhum objetivo em particular, este artigo também pode ser para si.

Uma das coisas que nos move é o dia de amanhã, o futuro. Um futuro onde queremos atingir algo, nem que seja simplesmente manter aquilo que já temos na nossa vida. Os dias vão passando, apesar do negativismo nos meios de comunicação social, do medo e do pânico que as notícias utilizam para vender, a qualidade de vida até não é má.

A não ser que esteja a ler este artigo num país do terceiro mundo – o que acho muito improvável – as suas necessidades básicas encontram-se satisfeitas. Dê uma vista de olhos na pirâmide de Maslow, observe em que sitio se encontram as suas necessidades, o mais certo é estarem no topo da pirâmide e terem a ver com realização pessoal. Tal significa que as necessidades que se encontram mais abaixo na pirâmide estão satisfeitas.

A realização pessoal é para aquilo que alguns de nós – empreendedores – vivemos. Eu nem costumo referir-me ao meu negócio como um trabalho, mas sim como ‘um propósito de vida’, e tenho a certeza que muitas das pessoas que chegaram até este artigo, têm a mesma perspetiva em relação às suas empresas.

A realização pessoal é um valor tão poderoso, que leva muitas pessoas a sacrificarem outras áreas da sua vida para poderem atingir os seus objetivos. Contudo, é também forte o suficiente para fazer com que muitos consigam renunciar às gratificações imediatas que a maior parte das pessoas não consegue abdicar, construindo dessa forma autodisciplina, assim como uma ética de trabalho extremamente eficiente.

Acredite em si mesmo, acredite que vai vencer e que vai chegar onde quer, por mais difíceis que sejam os obstáculos

Por mais lógicos e objetivos que sejamos ou tentemos ser, quando metemos em prática uma nova ideia, um novo projeto ou qualquer outra coisa para a qual tivemos de trabalhar arduamente, é sempre difícil olhar para essa ideia/produto/projeto e trata-lo como algo externo. Existe quase sempre um pouco de nós próprios (às vezes muito) no empreendimento para o qual trabalhámos.

Estou a falar obviamente de ligação emocional. Alguns especialistas afirmam que um projeto deve ser tratado como apenas aquilo que é, um projeto. Se uma ideia não for bem-sucedida, tal não deve ter qualquer efeito no nosso ego ou na nossa autoestima. Esses especialistas provavelmente estão certos. Porém, independentemente de achar que um projeto no qual trabalhou arduamente é apenas um projeto ou não, o certo é que não conheço quase ninguém capaz desse desapego emocional.

O que me leva a acreditar que essa não é uma condição imprescindível para atingir um sucesso estrondoso, embora possa tornar o caminho um pouco mais suave. Uma das coisas que é sim uma condição imprescindível para atingir o tão desejado sucesso é a resiliência.

Porquê?

Porque em todos os empreendimentos que tentamos realizar, existe sempre um dia, uma altura, um ponto em que simplesmente… Tudo corre mal!

Não sou nem nunca serei a favor da vitimização, de meter a responsabilidade do que nos acontece em eventos externos nem da autocompaixão. Nada obstante se encontrar neste momento numa das melhores fases da sua vida, vão sempre existir alturas em que estará sobrecarregado, alguém na sua família estará gravemente doente, estará a beira da falência e uma série de situações igualmente graves ocorrerão, por vezes todas em simultâneo. Alturas na sua vida em que tudo vai correr mal.

Nessas alturas em que o universo se vira contra si, tudo corre mal e é invadido por uma sensação de impotência, pode tornar-se difícil continuar a lutar pelos seus objetivos, pelo aquilo em que acredita, pelo empreendimento ao qual tem dedicado a sua vida. Vai pensar para consigo mesmo como é que vai arranjar energia para continuar com o mesmo nível de esforço e empenho, agora que o seu mundo está a desabar?

A resposta?

Ter fé é nada mais do que acreditar. Acreditar em si mesmo, acreditar que vai vencer, que vai chegar onde quer por mais difíceis que os obstáculos com que esteja a lidar possam ser. Precisa de mais fé? Pense na sua visão. Se está neste momento a trabalhar para realizar um objetivo, é porque tem uma visão acerca do mesmo. Se precisa de mais fé lembre-se regularmente da visão que o fez começar a sua jornada, a sua visão vai apelar aos valores que o movem, vai dar-lhe a fé de que possa necessitar para se tornar mais resiliente.

Naquelas alturas em que tudo na vida lhe corre mal lembre-se desta equação:

Autodisciplina + Fé = resiliência.

Resiliência = Capacidade para vencer qualquer obstáculo.

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