Brasil afastado dos hotspots do empreendedorismo mundial

O Global Entrepreneurship Index (GEI) é um índice anual que mede o desenvolvimento dos ecossistemas de empreendedorismo em cada um dos 137 países. A metodologia GEDI recolhe dados sobre as atitudes empresariais, capacidades e aspirações da população local comparando-os com a ‘infraestrutura’ social e económica vigente – o que inclui a conectividade de banda larga e as ligações de transporte para os mercados externos. Este processo cria 14 ‘pilares’ que GEDI usa para medir a saúde do ecossistema regional. Em seguida, ele compara o desempenho dos vários ecossistemas para obter um retrato de como cada país encara o empreendedorismo, tanto no contexto nacional como internacional.

O topo do ranking tem sido dominado pelos países que há mais tempo estão orientados para a inovação do desenvolvimento. Os Estados Unidos lideram a classificação novamente este ano, com uma pontuação de 83,4 pontos, num máximo de 100 – ainda assim registam uma ligeira queda face aos 86,2 pontos alcançados no ano anterior. Entre os dez primeiros estão (por ordem decrescente) a Suíça (78,0), Canadá (75,6), Suécia (75,5), Dinamarca (74,1), Islândia (73,5), Austrália (72,5), o Reino Unido (71,3), Irlanda (71,0) e Holanda (67,8).

O Brasil ocupa a 98.ª posição com 20,1 pontos, em 100 possíveis. Entre os 24 países do grupo da América Central, Sul e Caraíbas, o Brasil está em 15 lugar. Neste grupo, o Chile é o país mais bem colocado, com 58,8 pontos, a que corresponde a 18.ª posição. O ponto fraco do Brasil é a internacionalização enquanto o relatório destaca o networking como a grande vantagem dos empreendedores brasileiros.

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nA grande surpresa do relatório foi a subida da Suíça para o segundo lugar, impulsionada principalmente pelo índice de inovação de produtos e inovação de processos. De salientar ainda que três dos cinco países nórdicos (Dinamarca, Islândia e Suécia), estão no top ten.

A Índia (25,8) teve o maior salto no ranking, subindo 29 posições desde o ano passado, para a 69.ª posição e a Tunísia (40,5) teve o segundo maior salto, subindo de 62.º para 42.º lugar . A China (36,3) também teve uma subida significativa, ascendendo 12 degraus na tabela para 48.ª posição.

O Global Entrepreneurship Index 2017 fornece informações importantes para os decisores políticos e líderes governamentais em todo o mundo, contribuindo para fortalecer os seus ecossistemas digitais e potenciar o crescimento do empreendedorismo de alto impacto (Startups). Os autores do relatório estimam que a melhoria das condições para ajudar os empresários a criar novas empresas poderia adicionar 22 trilhões à economia global.

‘China e Índia estão a reforçar os seus ecossistemas empresariais e investindo milhões de dólares em startups, enquanto a Malásia, Islândia e os Estados bálticos são os líderes emergentes de empreendedorismo como digitais’, disse Zoltan Acs, coautor do relatório e professor universitário na Universidade George Mason.

O GEI mede o ecossistema empresarial de um país através da combinação de dados individuais, como o reconhecimento de oportunidades, competências na inicialização de empresas e aceitação do risco. Também medidas institucionais, incluindo a urbanização, educação e liberdade económica têm peso significativo no cálculo do GEI. Estas medidas ajudam a distinguir o autoemprego e o empreendedorismo replicativo, das iniciativas empresariais inovadoras, produtivas e de crescimento rápido, associadas ao empreendedorismo de alto impacto (Startups), que impulsionam o crescimento económico real.

‘Esta é apenas a ponta do iceberg da revolução digital’, disse Jonathan Ortmans, presidente da Rede Global de Empreendedorismo. ‘A promessa de emprego, crescimento económico, além do otimismo e a esperança que os empresários trazem aos esforços dos governos para criar oportunidades e prosperidade para seus cidadãos, têm gerado um extraordinário aumento da atenção a todos os níveis de governo para capacitar seus ecossistemas empresariais.’

O relatório é divulgado anualmente pela Rede Global de Empreendedorismo e pelo Instituto GEDI, uma organização de pesquisa com sede em Washington que coordena a investigação de diversos estudiosos do empreendedorismo global. A Rede Global de Empreendedorismo é uma plataforma que tem por objetivo a partilha do conhecimento visando a criação de um ecossistema empresarial global.

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