A diferença entre ganhar ou perder-se na globalização está em pormenores que podem ser evitados, se planeados antecipadamente, e com profissionais capazes de se adaptarem a diferentes mercados locais.
Tomando como exemplo Portugal, e sendo este um mercado bastante pequeno para quem quer tornar o seu negócio num million-dollar business, há ainda bastantes lacunas nos processos de internacionalização das empresas lusas. Se existem áreas que estão a conseguir adaptar e a encarar este procedimento de forma bastante cautelosa, como é o caso do mobiliário e da moda, há muitas outras, com um potencial ainda maior, que estão a dar os primeiros passos mas utilizando uma abordagem errónea.
Assim, há alguns pontos preponderantes a ter em conta antes de embarcar na aventura da globalização.
Mudar tudo? Porque não?
Se a empresa começa já a pensar na internacionalização, com nome e produtos que se adaptem a mercados externos – como dar-lhes logo de início nomes em inglês, por exemplo – será mais fácil penetrar em determinados países. No entanto, por vezes, a melhor opção será criar uma nova marca e um novo conceito, com a finalidade de o adaptar ao mercado envolvente, nomeadamente a nível de simbologia e linguagem. Um bom exemplo disso é a Jerónimo Martins. Tendo entrado na Polónia como Biedronka e na Colômbia com a Ara, a empresa portuguesa de distribuição nunca descurou a missão e os valores da ‘marca-mãe’ Pingo Doce, enraizando as novas marcas no seio cultural e linguístico dos locais.
Uma estratégia, vários países
O problema da visão e estratégia global torna-se relevante quando temos clientes em diferentes fusos horários. Não abrindo escritórios ou filiais nos países onde se quer estar presente, obriga a uma ginástica logística e estratégica bastante delicada, fazendo com que os profissionais se desdobrem em tarefas e se habituem às demandas dos diversos mercados e países representados pelos clientes. Um erro muito comum e facilmente cometido é a continuação de estratégias comerciais, de marketing e de planeamento em todos os mercados da mesma forma. Os mercados são diferentes, os clientes ainda mais diferentes são. A criação de equipas multidisciplinares e multiculturais, assim como a presença física, mesmo que ocasionalmente, no terreno podem ser a diferença entre o sucesso e a ruína na internacionalização.
A diferença entre ganhar milhões ou perdê-los está em pormenores, em ajustes no quotidiano profissional que podem, facilmente, ser evitados se planeados antecipadamente, com profissionais versáteis e dinâmicos, que sejam cidadãos globais e permanentemente atualizados, sempre prontos para um bom malabarismo, um malabarismo profissional.