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Os business angels são geralmente investidores experientes, dispostos a partilhar os seus conhecimentos na gestão de negócios com elevado potencial de crescimento. Além de se assumirem como mentores eles contribuem também para atrair fundos de capital de risco de maior dimensão, ajudando ao crescimento do projeto.

Com efeito, um business angel não é o grande investidor que se espera para um projeto, eles são muitas vezes os primeiros investidores, que vão permitir ao empreendedor obter capital suficiente para desenvolver os primeiros protótipos do seu projeto. Assim, os financiamentos em Portugal variam entre os 25 mil euros e o meio milhão, mas mesmo nos Estados Unidos esse financiamento também não ultrapassa os 600 mil dólares, segundo o Center for Venture Research.

São, portanto, investidores de primeira linha com ‘faro para o negócio’, especializados em áreas de atividade específicas e conhecedores das tendências de mercado do setor em que se insere o projeto. Mais do que esperar o retorno do seu investimento, eles têm na mira o elevado lucro de um projeto escalável. Por isso um business angel ‘não investe num café’, mas sim num conceito que possa ser franchisado. Para ser atrativo, um projeto tem de ter potencial de crescimento e que se possa estender a diversas partes do mundo.

Como são investidores que gostam do risco – ainda que mensurável e controlado – os business angels procuram projetos globais. Isso faz dos projetos tecnológicos a área mais atrativa para este tipo de investidores, não só pela facilidade em fazer crescer um negócio rapidamente através da Internet, com um custo relativamente baixo, mas sobretudo pela capacidade de atrair grandes investidores – como a Google – que facilmente podem absorver o investimento inicial.

Para começar um negócio na área das TIC, por exemplo, não é preciso estar em Silicon Valley (ainda que depois de atingida a ‘velocidade de cruzeiro’ seja fundamental estar junto aos grandes centros de decisão de cada atividade). Muitas startups nasceram longe dos grandes centros – como o Skype, na Estónia – e ganharam uma dimensão global acabando por ser absorvidos pelas grandes multinacionais do setor. Naturalmente que nem todos os empreendedores conseguem fazer este percurso ascendente, mas como qualquer empreendedor sabe, é o sonho que faz crescer o seu projeto.

Em Portugal, o ecossistema de startups tem um elevado potencial criativo, e isso tem ajudado a desenvolver também uma importante comunidade de Business Angels. Nos últimos três anos foram investidos cerca de 42 milhões de euros em mais de centena e meia de startups, ajudando a criar mais de 200 postos de trabalho qualificado. Na primeira linha de financiamento está a Federação Nacional das Associações de Business Angels (FNABA) que tem assumido um papel relevante na criação de novas empresas e na concretização de projetos inovadores em fases iniciais do seu ciclo de vida.

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Jornalista e formador. Sou um entusiasta das relações humanas e interesso-me particularmente por questões de liderança e problemáticas organizacionais.

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