Se é trabalhador independente sabe que planeamento, rigor e um simulador de crédito são ferramentas essenciais para ponderar o seu pedido de crédito pessoal. Mas há mais – saiba tudo.
Ser trabalhador independente tem várias vantagens. Desde logo, pela possibilidade de se poder gerir o horário de trabalho e trabalhar a partir de casa, possibilitando assim conciliar a vida profissional com a vida pessoal. Ser trabalhador independente confere, de facto, uma maior liberdade diária do que aquela que tem um trabalhador por conta de outrem.
Contudo, se é verdade que o estilo de vida pode ser atrativo, não é menos verdade que o reverso da medalha implica questões que devem ser pensadas e acauteladas, sobretudo na vertente financeira e, em particular, na relação com os bancos.
Por exemplo; sendo o volume de trabalho de um trabalhador independente e, consequentemente, o seu rendimento, variáveis, o montante disponível por mês não apresenta a regularidade que as entidades bancárias valorizam quando se pretende solicitar um crédito pessoal ou à habitação.
Tendo o trabalhador independente uma maior incerteza financeira mensal do que o trabalhador por conta de outrem, acaba por estar em desvantagem face a este e, assim, encontrar um processo mais difícil pela frente quando opta por recorrer a uma solução de crédito. A sua situação acaba por ser vista como potencialmente mais frágil na hora da rigorosa análise bancária.
Se uma boa gestão financeira e capacidade de planeamento – para fazer face aos meses menos produtivos – é um must para todos os freelancers, um simulador de crédito pessoal ajudará a fazer algumas contas iniciais e indicativas. Para além disso, há mais recomendações que pode ter em conta se é um trabalhador independente e está a pensar solicitar um crédito. Vejamos:
Taxa de Esforço: avalie a sua situação
Deve ter sempre presente este número mágico antes de usar um simulador de crédito pessoal. Não só é um número que o ajudará a encarar a gestão das suas finanças de forma mais consciente, como essencial na avaliação que o banco fará do seu pedido de crédito.
A fórmula é simples: Taxa de esforço = (Encargos financeiros / Rendimento Líquido Total do Agregado) x 100. Isto é, o banco irá avaliar o rendimento disponível, depois de subtraídos todos os encargos mensais (contas de eletricidade, água, gás, transportes, outros créditos e despesas fixas). A taxa de esforço ideal deverá ter o máximo de 30 %. Claro que se for um trabalhador por conta de outrem, as contas são mais fáceis de fazer, visto que o banco calcula a taxa a partir do ordenado mensal.
No caso do trabalhador independente, deve calcular-se a média mensal através dos rendimentos dos últimos 12 meses e não apenas do último mês. Se está a utilizar um simulador de crédito pessoal, pode usar esse valor como referência.
Ofereça garantias
Se a sua situação pode sugerir alguma aparente debilidade financeira à primeira vista, compense oferecendo garantias ao banco. Por exemplo, apresentando uma entrada inicial com um valor mais elevado do que o banco pretende, o que revela compromisso e responsabilidade.
Não esquecendo que, neste momento, quanto ao Crédito à Habitação, os bancos não financiam a 100% o valor do imóvel, pelo que tem que ter um montante que corresponda a, pelo menos, 10% do valor do imóvel que pretende adquirir.
Use o simulador de crédito pessoal para estudar as várias hipóteses de crédito com várias diferentes entradas iniciais. Ao mesmo tempo, convém ter um histórico financeiro credível e limpo, sem dívidas registadas no Mapa da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal.
Apresente um Fiador (e um segundo Titular)
Ter um fiador é uma mais-valia. A probabilidade do banco lhe conceder crédito tendo um fiador com contrato de trabalho e se responsabilize em caso de eventual incumprimento, é maior. Um segundo titular também ajudará ao seu processo.
Por exemplo, se o seu cônjuge tiver um contrato de trabalho, pode colocá-lo no pedido. O banco olhará para este com a certeza de que está perante uma situação financeira mais equilibrada. O simulador de crédito pessoal costuma ter um campo para incluir esta opção no seu pedido.
Faça várias simulações
A simulação crédito pessoal é quase obrigatória para quem pensa pedir um crédito. Não desista à primeira tentativa! Faça várias simulações – e não só no seu banco. É certo que uma boa relação com o gestor de conta pode ajudar, mas há mais ofertas no mercado. Use um simulador de crédito pessoal para vários bancos, compare resultados e informe-se acerca de taxas.