Portugueses preveem gastar 363 euros no regresso às aulas

Imagem de Михаил Мингазов por Pixabay

30% dos portugueses fazem poupanças para despesas com a educação dos estudantes a seu cargo. Além das despesas com aquisição de material escolar, que este ano deverão rondar, em média, 343€, os alunos recebem também uma semanada de 20€ para gastarem no período de aulas.

O estudo Observador Cetelem Regresso às Aulas é uma pesquisa anual sobre o comportamento dos consumidores portugueses e as suas intenções de gastos para este período do ano.

Segundo o estudo, em média, os portugueses com estudantes a seu cargo preveem gastar cerca de 363€ em compras de materiais para o início do novo ano escolar. Cerca de 40% preveem gastar até 250€ e 29% dos inquiridos referem querer gastar entre 250€ e 500€, enquanto 22% ainda não têm uma previsão de gastos.

Esta estimativa de gasto médio parece ter uma relação direta com o nível de ensino: no ensino pré-escolar os gastos médios são cerca de 318€; no 1º Ciclo de 312€ e no 2º ciclo rondam os 355€. Aumentam ainda significativamente a partir do 3º ciclo (406€), com as compras do ensino secundário a custar aos portugueses, com estudantes a cargo, uma média de 450€.

Os portugueses inquiridos, com estudantes a seu cargo, que vão obter manuais escolares de forma gratuita, referem que o montante que iriam despender neste material será agora utilizado em despesas familiares correntes (57%) e na aquisição de outro material escolar (47%), ao passo que  11% destinarão essa verba a poupanças e 5% irão reservar este montante para despesas com férias.

A semanada constitui também uma fatia relevante para os agregados familiares, que indicam disponibilizarem, em média, 20€ por semana para os estudantes gastarem no período de aulas.

Cerca de metade dos inquiridos (52%) não sabe, no entanto, ao certo o valor que disponibiliza, podendo este variar. Já 21% refere disponibilizar aos alunos entre 11 e 20€ e apenas uma pequena percentagem (1%) refere que esse valor pode atingir os 50€.

Poupança para a educação

Porque regressar às aulas também significa preparar o futuro, no que respeita a poupança, apenas 30% dos portugueses inquiridos revelam manter economias para a educação dos estudantes a seu cargo. Entre os que não têm poupanças, 13% ponderam vir a ter e 57% não tem e não tencionam ter ou não sabem se o farão.

Numa análise mais detalhada, é possível observar que é entre os habitantes da região centro do país e da Grande Lisboa que se regista maior percentagem de indivíduos que têm ou tencionam ter uma poupança (58% e 55% respetivamente), seguidos pelos residentes na região Sul (39%), Norte (35%) e, por fim, no Grande Porto (33%).

A maioria dos inquiridos pelo Observador Cetelem Regresso às Aulas (62%) tem apenas um estudante a seu cargo, 34% tem dois e 4% tem três. 97% são os pais dos estudantes e 3% têm outro grau de parentesco: são avós, tios ou padrinhos – cerca de um ponto percentual para cada categoria. 90% dos inquiridos indicam que os seus dependentes frequentam o ensino público, com os restantes a referir o ensino privado. A grande maioria (77%) tem a seu cargo estudantes do ensino básico – destacando-se o 1º ciclo, com 38% dos inquiridos; seguidos por 29% do 2º ciclo e 25% no 3º ciclo. 22% indica ter estudantes a seu cargo a frequentar o ensino secundário, 15% o ensino pré-escolar e 4% estudantes universitários.

Metodologia

O inquérito quantitativo do Observador Cetelem Regresso às Aulas 2019 foi realizado pela empresa de estudos de mercado Nielsen e teve por base uma amostra representativa de 503 indivíduos residentes em Portugal Continental, de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos de idade e com estudantes a seu cargo.

Para obter as 503 entrevistas a pessoas com estudantes a cargo, foram realizados 1302 contactos representativos da população numa amostra representativa da população e estratificada por distrito, sexo, idade e níveis socioeconómicos. As entrevistas foram realizadas telefonicamente (CATI), com informação recolhida por intermédio de um questionário estruturado de perguntas fechadas. O trabalho de campo foi realizado entre 17 a 26 de junho de 2019.

O inquérito conta com um erro máximo associado de +/- 4.4 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.

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