A Casa do Impacto celebrou o primeiro aniversário com a promessa de triplicar a capacidade de apoio a empreendedores e acolher cada vez mais projetos em áreas como a saúde mental, envelhecimento, igualdade de género, alterações climáticas, ambiente e cidadania.
O Hub de empreendedorismo
e Inovação resulta de uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
(SCML) para apoiar startups com impacto positivo na sociedade e de vertente
social ou ambiental. No seu primeiro ano de atividade a Casa do Impacto apoiou mais
de 200 empreendedores, distribuídos pelas 34 startups incubadas, 4 programas de
aceleração, mais de 60 workshops e bootcamps, que contaram com a participação
de mais de 1500 pessoas, e 67 eventos e conferências realizados, por onde
passaram mais de 3000 pessoas.
“Os números são a prova que existe uma comunidade e um ecossistema de impacto
com preocupações de sustentabilidade que não só a económica, mas também social
e ambiental. A Casa do Impacto é o impulso que o país precisava para a inovação
social e ambiental.” afirmou Inês Sequeira, Diretora da Casa do Impacto.
O evento de comemoração, que teve como tema principal os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas – mais concretamente os números 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) e 17 (Parcerias para a Implementação dos Objetivos) do documento -, trouxe algumas das instituições fundadoras e parceiras da Casa do Impacto a debater a forma como estão a contribuir na prática para a realização desses objetivos.
Num painel moderado por Fernanda Freitas, Jornalista e Fundadora da Associação Nuvem Vitória, Edmundo Martinho, Provedor da SCML, falou em parcerias para a sustentabilidade. “Portugal tem um dinamismo associativo indiscutível. A mobilização das pessoas tem sido uma constante e isso vê-se no empreendedorismo. Mas o desafio está também nas empresas que se centram mais na sua sobrevivência do que no impacto que têm ou podem ter no mundo. A Santa Casa tem feito o seu papel no que toca à inovação social e criámos a Casa do Impacto exatamente para que todos possam participar com soluções novas e inovadoras, e também para começarmos a medir o impacto nas nossas vidas e no País”.
Luís Jerónimo, Diretor do Programa Gulbenkian Coesão e Integração Social da Fundação Calouste Gulbenkian, e Nuno Brito Jorge, CEO da GoParity, em representação de todas as startups da Casa do Impacto alertaram também para a necessidade de todos contribuírem e participarem no ecossistema de impacto assente na colaboração para o cumprimento das 169 metas definidas pelas Nações Unidas na Agenda 2030. No setor público, Filipe Almeida, líder do Portugal Inovação Social, falou em políticas e ações concretas para o impacto.
Startups que mudam vidas
Como o impacto não pode ser visto apenas da perspectiva de quem o provoca, a Casa do Impacto chamou ao palco três projetos e seus benefíciários – pessoas que mudaram a vida depois de terem tido contacto com estas startups: Domingos Guimarães, cofundador da <Academia de Código_>, onde já foram formados mais de 600 programadores, antes no desemprego, e da ubbu, uma plataforma que ensina programação nas escolas para 60 mil crianças como forma de estimular o raciocínio lógico e prepará-las para o futuro digital; Elena Duran, fundadora da 55+, uma plataforma que promove a vida ativa após os 55 anos, com a disponibilização de serviços como jardinagem, babysitting ou até pequenas reparações entre outros; e Mariana Duarte Silva, fundadora do Village Underground, que apresentou o Acorde Maior, uma iniciativa que permite a várias crianças e jovens a criação de uma performance musical, num ambiente de colaboração, inclusão e experimentação.
Foi ainda apresentado o Agentes 2030, um jogo interativo que, através de um sistema de cripto moeda social, ensina os participantes a contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no seu dia-a-dia. “Nós temos uma dívida para com a sustentabilidade e o objetivo deste jogo é revertermos o saldo de negativo para positivo.” disse Joana Gomes, Project Manager da SpotGames, que em conjunto com a Give & Take Lab desenvolveram o jogo que terá o seu primeiro piloto a começar já em outubro, na Casa do Impacto.
A fechar o debate, o
Administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra,
clarificou as principais áreas de atuação da instituição. “O emprego e a
longevidade são os nossos maiores desafios e nós temos que continuar a analisar
o território para encontrarmos a solução, como temos feito nos últimos 521
anos. Afinal a Santa Casa é em si um Hub de Inovação Social.”
Mais 1500 empreendedores nos próximos dois anos
Até ao final deste ano, a aposta será nas áreas do investimento social, com o lançamento de um Fundo Filantrópico, e a criação de métricas para a avaliação do impacto dos projetos apoiados, bem como no aumento da capacidade de apoio. “Queremos dentro de dois anos que a Casa cresça para uma dimensão cinco vezes maior, pronta a apoiar uma comunidade de 1500 empreendedores. Vamos estar especialmente atentos a projetos das áreas da saúde mental, envelhecimento, igualdade de género, alterações climáticas, ambiente e cidadania.” disse Inês.
A celebração do primeiro aniversário da Casa do Impacto juntou o Provedor da SCML, Edmundo Martinho, o Administrador da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Sérgio Cintra, o Presidente do Portugal Inovação Social Filipe Almeida, o Diretor do Programa Gulbenkian Coesão e Integração Social da Fundação Calouste Gulbenkian, Luís de Melo Jerónimo, Miguel Fontes, Diretor da Startup Lisboa, membros da Câmara Municipal de Lisboa, da Fundação Aga Khan, do Banco Montepio, e mais de 150 residentes e empreendedores.