Ser empreendedor realmente não é uma tarefa fácil. Ser empreendedor no Brasil não é para amadores! Além disso, ter seu próprio negócio em meio a uma crise pandêmica global, em especial no Brasil, e ficar aberto após 12 meses é para menos pessoas ainda.
Como empreendedor vi, semana a semana, meu movimento diminuir quase que por completo, até não mais conseguir pagar o financiamento que tomei com um agente financeiro para expandir antes da pandemia. Por sorte, depois de 9 meses, os negócios, vagarosamente, começaram a fluir e o movimento a aparecer. Assim, depois de um período em que quase fui à bancarrota, assisti de perto muitos empreendedores fecharem as portas, devolverem os imóveis e encerrarem as atividades.
Quem pode se digitalizar, teve mais espaço. Quem não conseguiu, infelizmente, ficou pelo caminho. E na contramão dos desafios emergentes, algumas empresas criaram suas próprias soluções, estruturaram novos mercados e se consolidaram, cada vez mais, como agentes que “resolvem os problemas” alheios ou sociais.
Não há dúvidas quanto a isso: os empreendedores precisam ter foco para atravessar o abismo e alcançar o sucesso. E isso é vital, ainda mais nos tempos atuais, onde os recursos para esses são limitados; há uma certa dificuldade em levantar capital suficiente para cobrir os diversos segmentos do mercado ao mesmo tempo.
Mesmo com tantas informações disponíveis a um clique, o trabalho de se dedicar a novos mercados, buscar novos clientes, encontrar novas oportunidades e testar novos produtos e serviços demanda um tempo que, cada vez mais, os empreendedores têm de menos. Mesmo aqueles que se dedicam a trabalhar mais de 80 horas por semana em sua atividade encontram um desafio neste critério de espaço e tempo para realizar todas as atividades que seu negócio demanda.
“os empreendedores precisam ter foco para atravessar o abismo”
Com esse contexto, surge uma indagação: como um empreendedor deve escolher em que se concentrar?
A resposta não é uma das mais simples e, ainda sim, muda de contextos e ambientes de negócios. Veja, por exemplo, o Mercado Livre: para agilizar as suas entregas (que é algo muito importante para seus clientes, o recebimento rápido) adotou, além da entrega própria, a aquisição de aviões para ter ainda mais agilidade (em número de dias) em sua entrega, entregando mais valor para seu cliente final.
O Ifood, criado em 2011 para entrega de comida, percebeu um problema de crédito e formas de pagamento junto a seus clientes. Dessa forma, criou o cartão de crédito para seus associados e, mais recentemente, o cartão de benefícios para pagamento, competindo com outras empresas bem reconhecidas e estabilizadas no setor. Uma divergência social foi o impulso para criar uma solução para seu grupo de usuários, clientes e fornecedores.
Essas soluções, tanto para o Mercado Livre quanto para o Ifood, só foram possíveis porque um gestor percebeu algo importante: focou no que era importante para seus clientes. Focou nos desafios que eles teriam para os próximos meses. Focou em soluções práticas e simples para facilitar o uso e a experiência do usuário final.
Desta maneira, podemos indagar: dentro do meu próprio negócio, eu estou analisando meu cliente como deveria?
O que é realmente importante neste novo cenário pandêmico para aqueles que eu ofereço um produto ou serviço?
Lembre-se que os clientes compram algo (produto ou serviço) se este oferece algo que melhore sua produtividade, reduza seus custos ou forneça algo que eles não tinham antes. A partir disso, utilize sua visão de negócios e o seu foco para entender o anseio de seus clientes e traga novas formas de já facilitar a vida de milhares de pessoas e serviços neste mundo complexo e envolto por desafios sociais.