Será que a criatividade impulsiona os negócios?

Foto de Markus Winkler no Unsplash

Uma centena de responsáveis de marketing analisaram o papel da criatividade como alavanca de sucesso para as empresas neste estudo. Segundo uma pesquisa da LLYC, 90% dos inquiridos consideram que a criatividade aumentou no último ano e tem um impacto elevado nos modelos de negócio e nos processos das empresas. No entanto, a pressão para os resultados a curto prazo e o medo de arriscar são os principais obstáculos ao desenvolvimento da criatividade nas organizações.

Se dúvidas houvesse, a criatividade é hoje a competência do mundo. Está a crescer em relevância, especialmente nas áreas da comunicação digital e do marketing de influência, e tem um elevado impacto no modelo de receitas e nos processos de negócio. Trabalho em equipa, diversidade, e a formação e investigação são o segredo para a impulsionar, e os seus maiores inimigos são a pressão para os resultados a curto prazo e o medo do risco.

Estas são algumas das conclusões retiradas do mais recente estudo Criatividade Transformadora para os Negócios, elaborado pela LLYC. O estudo reuniu a experiência e opinião de mais de uma centena de responsáveis de marketing de empresas líderes em doze países. Coca-Cola, Heineken, Apple, Amazon, Natura, Red Bull, Nike, Netflix, Google, Burger King ou McDonalds são algumas das marcas mais frequentemente repetidas pelos profissionais em termos da admiração pela sua criatividade.

“A importância da criatividade para os CMO (Chief Marketing Officer) está a crescer e está a tornar-se cada vez mais uma ferramenta-chave para o sucesso de todo o tipo de negócios. A contribuição da criatividade para as empresas saiu da esfera do marketing e da publicidade apenas: ela está em todo o lado na organização”, diz Marlene Gaspar, Diretora Sénior de Engagement e Digital da LLYC.

A propósito das conclusões deste estudo, Marlene Gaspar acrescenta ainda que “Temos de redefinir a criatividade. A criatividade é algo intrínseco nas pessoas, que nos permite abordar problemas e encontrar novas soluções para os problemas e as vicissitudes da vida quotidiana. Este relatório é o resultado de um trabalho de campo com responsáveis de marca que reconhecem a importância da criatividade nos seus negócios e percebem que foi nela que nasceram algumas das melhores e mais diferenciadoras experiências. Experiências que se têm traduzido em receitas, reconhecimento e negócios”, explica.

Imagem de Hugo Hercer por Pixabay

Impacto da criatividade por áreas de atividade

Para a maioria dos especialistas inquiridos (90%), a importância da criatividade aumentou claramente na área do marketing durante o último ano, uma mudança para a qual a pandemia, a digitalização e o excesso de informação contribuíram. Além disso, a sua relevância nas disciplinas de comunicação digital e marketing de influência está a crescer, seguindo-se a comunicação e a imagem de marca e a publicidade. Esta mudança tem sido menos notória nas áreas comercial e de vendas, e de promoção.

Em termos do nível de impacto nas diferentes áreas de uma empresa: a maioria dos inquiridos considera que a criatividade tem um grande impacto, tanto no modelo de negócio como nos processos necessários para o seu desenvolvimento. Além disso, também consideram que a criatividade tem um impacto alto no desempenho do produto, na comunicação da marca e na interação com o cliente.

A falta de motivação das equipas pode ser um grande obstáculo, mas, no dia-a-dia, existem outras barreiras que impedem o desenvolvimento criativo que é inato ao ser humano.

De acordo com os resultados do inquérito, a pressão para os resultados a curto prazo é o maior obstáculo que enfrentam os inquiridos na hora de serem criativos (75,8% dos votos). Segue-se, muito de perto, o medo do risco (74,7%). A falta de tempo (54%), a falta de recursos (29,8%) e a falta de confiança (27,5%) também são impedimentos habituais para alcançar a inspiração. Por último, também o é a falta de autenticidade (11,4%).

Assim, fugir do resultado imediato, confiar nas apostas arriscadas e na própria capacidade de fazer bem o trabalho, dedicar-lhe o tempo e os recursos necessários e ser autênticos seriam os passos a seguir para alcançar o ambiente criativo que permeia o negócio.

Imagem de Peggy und Marco Lachmann-Anke por Pixabay

A criatividade como skill

Por esta altura, a pergunta inevitável seria: “Quero uma organização criativa, mas como consegui-lo?” Este estudo também responde a esse desafio.

Entre as metodologias e técnicas de trabalho utilizadas nas mais de cem empresas inquiridas para potenciar a criatividade das equipas, destacam-se, sobretudo, o brainstorming e o brainwriting, com cerca de 80% dos votos. Seguem-se técnicas de geração de ideias em grupo, com cerca de 70%, e técnicas de design thinking, com mais de 67%. Entre outras técnicas adicionais, repete-se o método agile entre os inquiridos. No futuro, os diretores de marketing inquiridos acreditam que utilizarão, sobretudo, o design thinking (73%), seguido do brainstorming e do brainwriting (68%) e das técnicas de geração de ideias em grupo (53%).

Há também uma série de valores ou aspetos que fomentam indubitavelmente a criatividade das pessoas que fazem parte das organizações de acordo com os inquiridos, que consideram essenciais a diversidade (80%), o trabalho em equipa (75%), e a formação e investigação (43%). Aspetos como esquecer as hierarquias (40,5%), recompensar a criatividade (39,3%), quebrar a rotina (38,2%) ou ser ouvidos pelos líderes (36%) também são valorizados.

De acordo com o estudo, 67% dos profissionais de marketing consideram que as agências especializadas em criatividade são os partners que ganharam mais relevância como aliados das marcas nos últimos tempos, seguidas das agências de meios e PR (ambos pouco mais de 40%) e as pessoas ou equipas freelance (36,7%). Alguns inquiridos também mencionaram aqui os influencers, o marketing digital e partners de tecnologia tais como a Google, Facebook ou Salesforce. Segundo 83% dos inquiridos, o aspeto em que o contributo criativo de agências e partners externos é mais relevante é a comunicação digital e o marketing de influência, seguidos da comunicação e imagem de marca (72,7%), da publicidade (66%), das relações públicas (47,7%) e dos estudos de mercado (44,3%).

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