Evite a Armadilha do Empreendedorismo

Armadilha do Empreendedorismo
Foto de Joseph Frank no Unsplash

Bem-vindo ao mundo encantado do empreendedorismo, onde os negócios crescem como cogumelos e todos correm para comprar o que você tem para vender. Ao empreender, vai começar a ganhar milhares – senão mesmo milhões de euros – logo no primeiro ano e pode trabalhar a partir da praia, ou ganhar dinheiro enquanto dorme um sono tranquilo. Não acredita?

Faz bem! Porque compradores de ‘banha da cobra’ já temos muitos e, se quer ser empreendedor, não pode ser assim tão crente. Porém, não pense que só isso o salva da Armadilha do Empreendedorismo, nada disso! Empreendedores bem mais experientes caíram e continuarão a cair nela, sempre que o entusiasmo e o ego falarem mais alto. Milhões de negócios fecham todos os anos, aprisionados por ela.

Muitos Empreendedores caíram na Armadilha do Empreendedorismo

Mas afinal, o que é essa temível Armadilha, destruidora de negócios?

Vejamos a jornada mais habitual de criação de um negócio: começa com 2 cenários possíveis.

  1. O empreendedor tem um problema para o qual não encontra uma solução à sua altura, e dedica tempo e recursos consideráveis a criar uma solução que o satisfaça;
  2. O empreendedor tem uma epifania e começa a criar o produto/serviço que visionou, mal podendo controlar o seu entusiasmo perante a genialidade da sua ideia e a incrível oportunidade que encontrou, porque ainda mais ninguém se lembrou daquilo.

Em qualquer dos casos, seguem-se meses, ou anos, de muito trabalho, sempre com novas ideias, que vão tornar tudo ainda mais perfeito. Gasta-se dinheiro – às vezes, muito dinheiro – sempre com medo que alguém roube a ideia e, por isso, evitando falar do assunto para lá do círculo de amigos próximos, que invariavelmente dão uma de duas respostas: “Isso é mesmo fixe!” ou “És maluco, não te metas nisso”. Mostrar, só quando estiver pronto.

Chega-se então ao fabuloso dia. O dia tantas vezes adiado para aperfeiçoar só mais uma coisinha, o dia em que o projeto vai ver a ‘luz do dia’, pronto para ser comprado e amado por um sem número de clientes. O dia em que o empreendedor começa a perceber que está preso, que caiu na Armadilha.

Aos poucos começa a perceber que a sua ideia não era tão genial, que havia falhas que não conseguiu ver, por estar fechado sobre si mesmo, agarrado à ideia. Os potenciais clientes não estão assim tão interessados na sua solução. É cara, ou não tem as funcionalidades certas, é preciso adaptar, testar. Agora? Depois de tanto trabalho, tanto tempo e dinheiro?

Quando já não há mais energia, o empreendedor está sem oxigénio e a maioria volta a pôr a ideia na gaveta e vai fazer outra coisa qualquer. Arranjar um emprego, por exemplo, para voltar a pôr dinheiro no banco, enquanto lambe as feridas do ego.

Foto de Mahdi Bafande no Unsplash

Como evitar tão triste destino?

  1. Assumindo logo à partida que VOCÊ NÃO É O CLIENTE e que não sabe tudo, mesmo que seja um perito na área;
  2. Invertendo a situação. Após o primeiro momento da ideia de negócio, procure o que a pode fazer falhar em vez de provar à viva força que vai ter sucesso;
  3. Estudando todas as hipóteses em que está a basear o seu negócio. Analise o mercado e a concorrência;
  4. Construindo versões simplificadas para testar com os clientes, de forma a ir melhorando e adaptando durante o percurso, em vez de descobrir tudo o que não funciona no fim, quando é muito mais complicado mudar.

Se encarar o seu percurso como um caleidoscópio, que vai transformando a sua visão e o seu negócio inúmeras vezes, e apreciar a jornada por si mesma, vai acabar por chegar ao resultado que tanto quer alcançar.

Lembre-se: há sempre outros aventureiros que já trilharam esse caminho primeiro e que o podem orientar e alertar para as armadilhas e pontos cegos, para que o seu destino não seja mais um dos negócios que fecham antes do tempo.

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