Potencial do Franchising em crescimento acelerado

Vencedores dos primeiros Selos de Excelência da APF posando junto da Secretária-geral da APF

A 25ª edição da Expofranchise, que decorreu em Lisboa, revelou o potencial de crescimento do franchsing em Portugal. Durante o evento foram dadas a conhecer as principais marcas do setor e as oportunidades de negócio que o setor representa para o desenvolvimento da economia portuguesa. As melhores práticas em franchising foram distinguidas, pela primeira vez, com Selos de Excelência.

A 25ª edição da Expofranchise, que decorreu de 19 a 20 de abril no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, revelou o potencial do franchising e a dinâmica de um setor que representa uma oportunidade de desenvolvimento da economia portuguesa.

Após uma interrupção em 2020 e 2021, o evento organizado pela Associação Portuguesa de Franchising (APF), contou este ano com a participação de quase cinco dezenas de marcas, que se apresentaram aos mais de 1.000 visitantes como oportunidades de negócio e de empreendedorismo.

“O setor não só não estagnou como tem vindo, a manifestar uma dinâmica de crescimento e a Expofranchise revelou isso mesmo. Numa primeira edição pós-pandemia as várias marcas presentes e os muitos visitantes demonstraram o potencial de crescimento e a atratividade do franchsing”, revela Cristina Matos, a Secretária-Geral e CEO da APF.

“O setor tem vindo a manifestar uma dinâmica de crescimento e atratividade”

Cristina Matos, APF

“A Expofranchise 2022 foi também o palco de apresentação de novos produtos e serviços, de diferentes soluções e inovação nos modelos de negócio e mostra de audácia e sucesso de diversas marcas, quer portuguesas, quer estrangeiras, que têm neste setor a alavanca para o crescimento, criação de emprego e dinamismo e desenvolvimento económico”, acrescenta.

O setor do franchising ultrapassou os 11 mil milhões de euros, o que corresponde a 5,8% do PIB e 2,3% do tecido empresarial português. Também aumentou o peso do seu impacto no emprego no país, já que, dos 4. 866.700 empregos em Portugal, perto de 200.000 são provenientes de marcas do franchising.

Atualmente existem cerca de 530 marcas a operar em Portugal e dessas, os serviços detém 58% da preferência dos investidores, sendo que os serviços para particulares ocupam 44%. Ao setor dos serviços segue-se o comércio, com perto dos 30%, e a restauração, com 13%. Cerca de 66% das marcas são portuguesas, sendo que Espanha é o país que mais exporta conceitos de negócio em franchising para Portugal (18%), seguido dos EUA (5%).

A APF prevê uma maior prosperidade para os franchisados mais fortes, uma vez que a crise económica de 2020/ 2021 enfraqueceu a maioria dos pequenos negócios e fortaleceu a presença no mercado dos grandes franchisados. Este crescimento tem sido acompanhado por um reforço das competências digitais, que poderão atrair um maior investimento das gerações mais jovens em negócios de franchising.

A APF defende que a aposta no digital pode também facilitar as empresas a direcionar o negócio para as necessidades dos seus clientes.

Foto de Expofranchise /APF

Confiança e conhecimento

Durante dois dias, para além do networking e da possibilidade de os visitantes terem oportunidade de conhecer as marcas presentes, os seus negócios e o seu potencial de investimento a AFP organizou durante o evento diversas palestras e mesas redondas que deram a conhecer melhor o franchising.

Escolher com confiança foi o mote, apontando que o sucesso do franquiado é o sucesso do franquiador e que são as relações claras e transparentes que geram a confiança.

Conhecer com o maior detalhe possível a marca, as unidades, o negócio, o franchisador, garantindo que a informação está na posse de quem quer escolher é decisivo. Escolher é poder dos potenciais franchisados e credibiliza o sistema de franchising em Portugal.

Quer do lado do franchisador, quer do lado do franchisado, são vários e de diferente natureza os desafios do setor, desde a importância do acompanhamento do franchisador ao franchisado, à inovação, que obriga a uma sintonia da rede de franchisados com o franchisador. Divergências das marcas com os franquiados são normais, mas há uma obrigação do franchisador saber dar as respostas.

Do lado dos franchisados são exemplos a ausência da falta de informação disponibilizada por estes ao franchisador ou as divergências com outros franchisados. Por outro lado, há que lembrar que não é o franchisador quem faz o plano de negócios do franchisado e que este não é o dono da empresa, por isso a falta de rentabilidade ou a tomada de decisões não é algo solitário.

Na hora de planear e escolher uma franquia a primeira regra é que se recorre a esta opção como forma de minimizar o risco de negócio e evitar que o empreendedor se torne escravo do negócio. Mas este tem de se identificar com o negócio, mas também com os valores da marca e a rentabilidade do franchisado deverá ser superior à do franchisador.  

Aprendizagem e partilha

A aprendizagem e partilha de conhecimento permitida pelo franchshing permite, por exemplo, a um bom cozinheiro ter, além de uma boa cozinha, um bom restaurante. A aprendizagem e partilha de conhecimento na rede assume que ninguém consegue trabalhar sozinho, assenta em regras justas e aplicáveis a todos e garante um modelo de negócio bem pensado e bem estruturado.

Na altura da assinatura de um contrato de franchising é decisiva a confirmação da informação do franchisador e que se averigue a rede, bem como a elaboração de um estudo de viabilidade económica e a garantia da existência de capitais próprios.

A própria definição de franchising parte do pressuposto que este traga vantagens para o consumidor, uma vez que pode ser um porto de abrigo de algumas restrições da concorrência e traz as vantagens de ser um conceito testado com sucesso, em que há uma licença do uso da marca e um saber-fazer acumulado ao longo de muito tempo.

A assinatura de um contrato de franchising deverá exigir a verificação por parte de um advogado de forma a garantir que se observam, entre outros aspetos, o prazo do contrato, as condições financeiras, a exclusividade territorial, a obrigação de compra, a transmissão do contrato ou qual é o tribunal competente em caso de litígio.

O franchising é ainda uma forma de fazer crescer uma Pequena e Média Empresa (PME). Por exemplo, uma marca de fast food a operar num centro comercial, obriga a ter uma quantidade de recursos humanos que a equipara a uma PME. Acresce ainda a evolução do modelo de negócio de vertical para transversal, que obriga a uma maior eficiência nos custos, o que é permitido pelo franchising. O paradigma é que as grandes redes de franchising estão presentes em todo o mundo.

“Num contexto de incerteza e de adaptação a uma nova realidade, o franchising oferece aos franquiados um modelo de negócios que engloba know-how, procedimentos, propriedade intelectual, disponibiliza suporte no momento de implementação e permite um forte reconhecimento da marca. O processo associado ao setor ajuda a reduzir o risco associado a iniciar uma nova operação de negócios”, afirma Cristina Matos.

Foto de Expofranchise /APF

Selos de Excelência

A 25ª edição da Expofranchise foi ainda o palco da primeira atribuição dos Selos de Excelência em Franchising da Associação Portuguesa de Franchising (APF). Neste reconhecimento concedido às empresas que atuam no mercado de franquias em Portugal, foram galardoadas 12 empresas de diversos setores de atividade, numa cerimónia de distinção da sua gestão das marcas.

Da restauração, ao turismo, passando pelo fitness, o imobiliário ou os serviços financeiros, são várias as áreas de negócio nas quais os empreendedores viram reconhecidos os seu esforço, trabalho e mérito, quer pelo setor, quer pelos colaboradores.

“Esta distinção estimula o desenvolvimento do setor como pilar do empreendedorismo e desenvolvimento económico”

Cristina Matos, APF

Com a atribuição deste Selo, o setor reconhece as melhores práticas de gestão em franchising e, no caso dos franquiados, de relacionamento com a sua equipa, aferindo o seu índice de satisfação em relação às suas respetivas marcas franquiadoras e dos colaboradores em relação à gestão da unidade.

Vencedores dos primeiros Selos de Excelência da APF:

  • Açai Natura
  • Harab’s
  • Bestravel
  • UNU
  • RE/MAX
  • House Shine
  • Max Finance
  • Meu Super
  • Urban Obras
  • Fitness Factory
  • Melom – Querido Obras
  • Luzzo

Os vencedores dos Selos de Excelência em Franchising da APF ficam habilitados a concorrer aos Prémios APF, iniciativa que vai decorrer em maio deste ano.

”É com grande satisfação que entregámos pela primeira vez os Selos de Excelência da Associação Portuguesa de Franchising, que premeiam o profissionalismo das marcas e valorizam o que de melhor fazem franchisadores e franchisados”, resume a Secretária-Geral e CEO da APF. “Ao mesmo tempo, esta distinção estimula a melhoria do desempenho das redes de franchising e o desenvolvimento e crescimento do setor como pilar do empreendedorismo, criação de emprego e desenvolvimento económico”, acrescenta Cristina Matos.

A distinção tem por base um questionário de satisfação, conduzido por uma entidade externa especializada junto de uma amostragem de franquiadores e colaboradores e que endereça cinco dimensões complementares: global, económica, operacional, relacionamento e sustentabilidade.

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