Mercado de emprego com perspetivas positivas para os próximos três meses

Perspetivas para a criação de emprego
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Empregadores portugueses mantêm-se otimistas nas perspetivas de contratação até ao final do ano. Segundo o estudo ManpowerGroup Employment Outlook Survey, relativo ao 4º trimestre de 2022, a projeção para a Criação Líquida de Emprego mantém-se relativamente estável, estabelecendo-se em +31%, uma diminuição de apenas um ponto percentual face ao trimestre anterior.

Apesar dos desafios decorrentes do conflito na Ucrânia, do aumento da inflação e da crescente incerteza económica, a procura por trabalhadores permanece em níveis elevados, com 41% dos empregadores nacionais a afirmarem intenções de aumentar as suas equipas. Apenas 14% admitem uma redução da sua força de trabalho e 42% acreditam que irão manter o número de colaboradores que têm neste momento.

Os dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey projetam, assim, uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +31%, para o quarto trimestre de 2022, um valor já ajustado sazonalmente e que se traduz numa estabilidade relativa face ao trimestre anterior, com menos um ponto percentual, mas num aumento considerável de 19 pontos percentuais, se compararmos com o período homólogo de 2021. Neste estudo, Portugal é o segundo país na região Europa, Médio Oriente e África (região EMEA) com um maior aumento anual deste valor.

“Apesar da incerteza económica e geopolítica, as intenções de contratação dos empregadores portugueses continuam fortes e a luta pelo talento acentuada. A retoma pós-pandémica tem suportado o crescimento do PIB, face a 2021, e impulsionado as contratações, com a taxa de desemprego a fixar-se nos 5,9%, no passado mês de julho, e o número de inscritos no IEFP a atingir o valor mais baixo de sempre”, afirma Rui Teixeira, Diretor Geral do ManpowerGroup Portugal.

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Sinais de abrandamento em vista à crise

Apesar das boas espectativas relativamente à contratação, que colocam Portugal entre os cinco países do estudo com maiores previsões de contratação, alcançando 10 pontos acima da média regional, começa já a verificar-se uma inversão de tendência na maioria dos países europeus, fruto de um menor crescimento do consumo privado e do investimento, com um peso crescente do turismo.

“A continuidade do conflito na Ucrânia, o aumento da inflação, que a nível nacional está já acima da média da zona Euro, e a subida nas taxas de juro, representam novas preocupações para os empresários e exigem um acompanhamento atento da economia nacional, e das medidas de apoio que o governo está a lançar, por forma a avaliar o impacto definitivo nas empresas portuguesas e na sua capacidade de criação de emprego”, avalia Rui Teixeira.

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O abrandamento é evidenciado em 6 setores, que reduzem as suas projeções face ao trimestre passado mas, ainda assim, mantendo perspetivas positivas. É o caso da Restauração e Hotelaria e da Banca, Finanças, Seguros e Imobiliário com projeções de +31% e +25%, respetivamente, valores que decrescem em 7 e 18 pontos percentuais, respetivamente, quando comparados com o trimestre passado.

Também a Construção e as Outras Atividades de Serviços avançam perspetivas animadoras em relação ao aumento das suas equipas, com uma projeção de +23%, ainda que este último setor revele uma diminuição considerável de 16 pontos percentuais, face ao trimestre anterior. Por fim, os setores com as perspetivas menos otimistas, mas ainda assim positivas, são a Produção Primária (que reúne as atividades agrícola, mineira ou de recolha de resíduos), com +21%, e a Educação, Saúde, Trabalho Social e Governamental, com +20%.

Comércio com perspetiva positiva

O setor do Comércio Grossista e Retalhista é o que apresenta as perspetivas mais positivas, com uma projeção de +46%, o valor mais elevado observado neste setor desde que o ManpowerGroup começou a realizar este estudo em Portugal, em 2016. Este setor apresenta também o crescimento mais acentuado face ao trimestre anterior, com mais 17 pontos percentuais, bem como um aumento considerável, de 33 pontos percentuais, quando comparamos com o mesmo período do ano passado.

É também esperada uma atividade de contratação elevada no setor Industrial, com uma projeção próspera de +34%, em crescimento de 3 pontos percentuais, relativamente ao trimestre anterior. O mesmo otimismo é igualmente observado no setor das Tecnologias de Informação, Telecomunicações, Comunicação e Media, que avança com uma Projeção de +33%.

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Grande Porto com mais oportunidades de emprego

Todas as regiões de Portugal apresentam previsões favoráveis quanto à evolução das contratações no último trimestre de 2022, ainda que apenas o Grande Porto evolua relativamente ao trimestre anterior. A Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais robusta – com um valor de +40% – é a região do Grande Porto, com uma evolução positiva desde o último trimestre, com mais 3 pontos percentuais.

Na Região Sul, também se observa uma Projeção próspera de +32%, que apesar de diminuir em 7 pontos percentuais face ao trimestre passado, representa o maior aumento relativamente ao período homólogo do ano passado, com uma variação de 24 pontos percentuais.

Na área da Grande Lisboa, os empregadores estão igualmente otimistas, avançando uma Projeção de +26%, valor que traduz, no entanto, uma redução de 7 pontos percentuais relativamente à previsão do terceiro trimestre. Seguem-se a Região Centro, com +20%, e a Região Norte, com uma previsão de +18%, menos 7 pontos percentuais que no trimestre passado.

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Grandes empresas esperam crescer quadro de pessoal

Empresas de maior dimensão mantêm as intenções de contratação mais acentuadas. Todas as categorias de empresas inquiridas, independentemente da sua dimensão, preveem aumentar a sua força de trabalho até ao final do ano, mas são as Grandes Empresas que avançam a perspetiva mais próspera relativamente às contratações, com uma Projeção de +38%, o que representa um aumento moderado de 5 pontos percentuais face ao trimestre anterior.

Seguem-se as Pequenas Empresas e as Microempresas, com Projeção de +30% e +26%, respetivamente, em relativa estabilidade face ao trimestre passado. Por fim, as empresas de Média Dimensão e as Microempresas apresentam as perspetivas mais conservadoras, revelando, ainda assim, uma Projeção sólida de +26% e + 25%, respetivamente.  

As intenções de contratação a nível global diminuem, mas continuam fortes
Tal como em Portugal, a Projeção para a Criação Líquida de Emprego a nível global sofreu um ligeiro decréscimo, com o valor a permanecer nos +30%, menos 3 pontos percentuais do que no trimestre passado.

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Otimismo global

Dos 41 países inquiridos, 39 apresentam perspetivas de contratação positivas, mas 23 revelam um abrandamento face ao trimestre anterior. O Brasil, a Índia e a Costa Rica são os países que apresentam uma Projeção mais otimista, de +56%, +54% e +52%, respetivamente. A nível europeu, a França e a Suécia mostram as intenções mais elevadas, com +34%, sendo que Portugal é o quinto país da tabela europeia. Já no que refere às previsões menos ambiciosas, a Hungria destaca-se, com uma projeção negativa de -5%, seguida pela Grécia, com -3%.

O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 40.000 empregadores, em 41 países e territórios, durante o mês de julho, 555 dos quais em Portugal. O próximo estudo será divulgado em dezembro de 2022 e comunicará as expectativas de contratação para o primeiro trimestre de 2023.

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