Com quatro troféus de primeiro lugar enfileirados, a pergunta que não quer calar certamente é ‘tem alguém para enfrentar a Google na disputa pelo melhor lugar para trabalhar?’. Possivelmente tem, porque nada é eterno, mas nesse momento parece tarefa quase impossível.
A gigante de buscas da internet cativa seus googlers, ou funcionários, que são verdadeiros apaixonados pela companhia e dificilmente pensam em deixar o emprego atual. Entrar num programa de estagiários da Google é considerado mais difícil que passar no vestibular de medicina das melhores escolas.
São aspectos como esses que deram à Google pelo quarto ano consecutivo no Brasil o título de Melhor Empresa para Trabalhar 2013 de TI & Telecomunicações, concedido pelo Great Place to Work® (GPTW), que avaliou 100 empresas do setor de TIC no Brasil. Se o tri já era feito inédito, imagine o tetracampeonato, em um ranking que é realizado há oito anos no País.
A fórmula nasceu há 14 anos, quando dois jovens universitários – Sergey Brin e Larry Page – fundadores da companhia, buscaram adotar uma gestão diferenciada e oferecer aos colaboradores um local de trabalho descontraído e flexível, que mistura o ambiente ‘bagunçado’ dos dormitórios universitários com a obsessão dos jovens geeks perfeccionistas que acreditam que é possível fazer tudo sempre melhor.
Não há paredes, muito poucos têm salas e todos têm acesso a um pacote de benefícios invejável [leia texto no box], além de poderem usufruir de comida de graça e diferentes salas de convívio com jogos, áreas de descanso, estúdio de som e diferentes restaurantes.
A falta de paredes é proposital, diz Mônica Duarte Santos, diretora de RH para a América Latina. Todo mundo vê todo mundo e com isso a interação e o fluir de idéias é o principal resultado, incentivando à colaboração e integração entre os times. ‘Estimulamos a derrubada de fronteiras’, diz Mônica.
A empresa cresceu 31% em 2012 e a novidade foi a mudança para um novo escritório, localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, o Pátio Malzoni (ou PMA). É um empreendimento moderno e recente no qual a Google ocupa 3 andares interligados.
O segredo é escolher direito
Com 14 anos de idade e um índice de retenção de talentos invejável, é natural que a empresa começe a ser ter uma população diferente do que a imaginação externa possa projetar. ‘Não contratamos só jovens recém-formados. Nossa média é de 31 anos de idade. O mercado requer tomada de decisões equilibradas, por isso a equipe também precisa de diversidade de idade, gênero e experiências’, diz Mônica
O desafio do amadurecimento, diz a diretora de RH, é estar continuamente pensando como manter células inovadoras e fugir da acomodação. ‘A busca de novas pessoas é constante. E a taxa de acerto é bem alta. Historiamente ficamos com 70% dos estagiários’, diz Mônica. Mas a busca pela diversidade atualmente traz um desafio: ‘na área de engenharia o mais dificil é achar mulheres e esse não é um problema específico do Brasil’.
E como contratar certo? Bem, segundo Mônica, notas altas são um pré-requisito, assim como falar ingles e preferencialmente espanhol. ‘Mas prefiro um candidado de escola de segunda linha com notas altas do que um de uma escola de primeiro time com notas médias’. E para manter a cultura há o foco no que a executiva chama do DNA do candidado. ‘A parte técnica você ensina, o caráter, esse você não muda’.
Por isso, o filtro é feito por um painel de avaliadores de diferentes áreas que entrevista o candidato. ‘Eu lembro a todos: pense se você gostaria de trabalhar com essa pessoa. Se achar que não, a chance dos DNAs da Google e dele se equivalerem é muito pequena’.
FONTE: http://computerworld.uol.com.br/especiais/2013/07/30/google-e-tetracampea-como-melhor-empresa-para-trabalhar-em-tic-no-brasil/