Maioria dos portugueses tenciona trocar Banca Tradicional por Instituições Financeiras Digitais

Imagem de Gino Crescoli por Pixabay

Os portugueses pensam mudar de banco devido ao pagamento de comissões que não entendem e ao serviço complexo e demasiado burocrático das entidades com que trabalham. Os dados constam de um estudo realizado pela fintech Nickel sobre os hábitos financeiros dos portugueses.

A propósito da celebração do seu primeiro ano de operações em Portugal, a instituição de pagamentos Nickel partilha um estudo, realizado em conjunto com a agência independente DATA E, sobre os hábitos financeiros dos portugueses. A pesquisa revelou que 41% dos portugueses ainda não estão familiarizados com as opções de banca digital que continuam a crescer no setor financeiro nacional. No entanto, 73% dos participantes que ainda não trabalham com instituições financeiras digitais planeiam fazê-lo no futuro. A insatisfação com as entidades financeiras tem criado maior interesse nas novas soluções digitais do setor financeiro nacional, e esta é uma das conclusões principais do estudo que identifica alguns desafios que os portugueses registam na sua relação com o sistema bancário atual.

6 em 10 portugueses dizem trabalhar com mais do que um banco para satisfazer os objetivos e afazeres financeiros do dia-a-dia. No entanto, quase metade (42%) dos inquiridos afirma não ler os contratos que assinam ou mesmo assinar sem entender as condições estabelecidas. 48% dos participantes declaram desconhecer o preçário dos bancos com que trabalham, e 20% nem sabe onde encontrar informação sobre os preços dos serviços. Este desconhecimento acaba por motivar os portugueses a querer mudar de banco por várias razões, desde o pagamento de comissões que não entendem (58,5%), até aos serviços complexos e demasiado burocráticos de algumas instituições financeiras (19,3%).

Foto de Nickel

Soluções financeiras ganham terreno indo ao encontro das necessidades do dia-a-dia

Os novos formatos de banca também atraem os portugueses principalmente pela flexibilidade e simplicidade das suas soluções, sendo que mais de metade dos inquiridos revela insatisfação com os horários de funcionamento dos bancos (55,5%). Adicionalmente, a pesquisa sugere que os critérios mais valorizados pelos clientes na escolha de um banco para uma conta à ordem são a existência de um preçário claro e acessível (53,9%), a proximidade dos balcões de atendimento (45%) e a disponibilidade de uma conta e cartão de pagamentos de forma imediata (39,7%).

Este tipo de necessidades tem sido o foco de atenção das fintech. “O crescimento que a Nickel conseguiu alcançar apenas no decorrer de um ano em Portugal é a prova de que os portugueses reconhecem a utilidade dos serviços financeiros digitais que vão ao encontro das necessidades do seu dia-a-dia”, sublinha João Guerra, o CEO da Nickel em Portugal.

“No entanto, é preciso sabermos encontrar o equilíbrio entre a introdução de soluções digitais na banca e o sistema financeiro tradicional a que vários segmentos da população ainda recorrem, só assim podemos voltar a aproximar os portugueses da banca, dar-lhes liberdade financeira e estimular a prosperidade económica do país”, acrescenta.

Foto de Eduardo Soares em Pexels

O estudo apresentado foi desenvolvido pela Nickel em parceria com a DATA E, sendo realizado entre 28 de abril e 9 de maio de 2023, e contando com uma amostra composta por 1040 indivíduos residentes em Portugal (Continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira), com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos e com uma distribuição geográfica dividida por NUTS II. A amostra inclui inquiridos de ambos os sexos: 46,5% do sexo masculino e 53,5% do sexo feminino, em linha com os dados conhecidos da população portuguesa, com um grau de instrução entre o 9.º ano e o Ensino Superior, com uma forte representação dos indivíduos com o ensino superior (45,5%) e 12.º ano (32,7%).

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