Os portugueses pensam mudar de banco devido ao pagamento de comissões que não entendem e ao serviço complexo e demasiado burocrático das entidades com que trabalham. Os dados constam de um estudo realizado pela fintech Nickel sobre os hábitos financeiros dos portugueses.
A propósito da celebração do seu primeiro ano de operações em Portugal, a instituição de pagamentos Nickel partilha um estudo, realizado em conjunto com a agência independente DATA E, sobre os hábitos financeiros dos portugueses. A pesquisa revelou que 41% dos portugueses ainda não estão familiarizados com as opções de banca digital que continuam a crescer no setor financeiro nacional. No entanto, 73% dos participantes que ainda não trabalham com instituições financeiras digitais planeiam fazê-lo no futuro. A insatisfação com as entidades financeiras tem criado maior interesse nas novas soluções digitais do setor financeiro nacional, e esta é uma das conclusões principais do estudo que identifica alguns desafios que os portugueses registam na sua relação com o sistema bancário atual.
6 em 10 portugueses dizem trabalhar com mais do que um banco para satisfazer os objetivos e afazeres financeiros do dia-a-dia. No entanto, quase metade (42%) dos inquiridos afirma não ler os contratos que assinam ou mesmo assinar sem entender as condições estabelecidas. 48% dos participantes declaram desconhecer o preçário dos bancos com que trabalham, e 20% nem sabe onde encontrar informação sobre os preços dos serviços. Este desconhecimento acaba por motivar os portugueses a querer mudar de banco por várias razões, desde o pagamento de comissões que não entendem (58,5%), até aos serviços complexos e demasiado burocráticos de algumas instituições financeiras (19,3%).
Soluções financeiras ganham terreno indo ao encontro das necessidades do dia-a-dia
Os novos formatos de banca também atraem os portugueses principalmente pela flexibilidade e simplicidade das suas soluções, sendo que mais de metade dos inquiridos revela insatisfação com os horários de funcionamento dos bancos (55,5%). Adicionalmente, a pesquisa sugere que os critérios mais valorizados pelos clientes na escolha de um banco para uma conta à ordem são a existência de um preçário claro e acessível (53,9%), a proximidade dos balcões de atendimento (45%) e a disponibilidade de uma conta e cartão de pagamentos de forma imediata (39,7%).
Este tipo de necessidades tem sido o foco de atenção das fintech. “O crescimento que a Nickel conseguiu alcançar apenas no decorrer de um ano em Portugal é a prova de que os portugueses reconhecem a utilidade dos serviços financeiros digitais que vão ao encontro das necessidades do seu dia-a-dia”, sublinha João Guerra, o CEO da Nickel em Portugal.
“No entanto, é preciso sabermos encontrar o equilíbrio entre a introdução de soluções digitais na banca e o sistema financeiro tradicional a que vários segmentos da população ainda recorrem, só assim podemos voltar a aproximar os portugueses da banca, dar-lhes liberdade financeira e estimular a prosperidade económica do país”, acrescenta.
O estudo apresentado foi desenvolvido pela Nickel em parceria com a DATA E, sendo realizado entre 28 de abril e 9 de maio de 2023, e contando com uma amostra composta por 1040 indivíduos residentes em Portugal (Continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira), com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos e com uma distribuição geográfica dividida por NUTS II. A amostra inclui inquiridos de ambos os sexos: 46,5% do sexo masculino e 53,5% do sexo feminino, em linha com os dados conhecidos da população portuguesa, com um grau de instrução entre o 9.º ano e o Ensino Superior, com uma forte representação dos indivíduos com o ensino superior (45,5%) e 12.º ano (32,7%).