O Grupo Adecco divulgou hoje os resultados da quarta edição do Global Workforce of The Future Report 2023, destacando insights sobre a integração da Inteligência Artificial Generativa (GenAI) no ambiente de trabalho.
O relatório analisa o mundo do trabalho através da opinião de 30.000 trabalhadores de 23 países em vários setores, abrangendo trabalhadores juniores a executivos seniores. A pesquisa deste ano procurou identificar a disponibilidade e o sentimento dos trabalhadores em relação aos impactos previstos da GenAI, fornecendo recomendações para preparar a força de trabalho para o futuro.
“O mundo do trabalho está a mudar de uma economia baseada no emprego para uma economia baseada nas competências, e esta mudança está a ser acelerada pela rápida adoção da IA Generativa”, sublinhou Denis Machuel, CEO do Grupo Adecco.
De acordo com o relatório, 70% dos trabalhadores já estão a usar IA generativa (GenAI) no trabalho, mas menos de metade o faz com orientação dos empregadores. Apesar dos especialistas terem a expectativa de um impacto generalizado, apenas 7% dos trabalhadores receiam que os seus empregos se tornem obsoletos à medida que a GenAI se torna omnipresente. A pesquisa identificou também lacunas no acesso a formação e às taxas de adoção da GenAI, com executivos, pessoas com rendimentos mais elevados e licenciados a serem beneficiados.
“O relatório deste ano revelou lacunas substanciais no acesso à formação e orientação GenAI, apesar da utilização generalizada, e destacou a necessidade urgente das organizações para abraçar a transformação tecnológica, impulsionar a mobilidade de carreira, melhorar as competências e capacidades dos trabalhadores e proteger o seu bem-estar”, alertou Denis Machuel.
IA Substituirá Competências Técnicas Mas Não as Competências Humanas
Se 70% dos trabalhadores usam GenAI no local de trabalho, mais de metade não recebe qualquer tipo de orientação GenAI dos seus empregadores. Há também uma divisão educacional significativa, com 76% dos licenciados a usar GenAI contra apenas 51% dos que têm um ensino intermédio.
Felizmente, 57% dos trabalhadores em geral expressaram que gostariam de receber formação em IA, até porque 62% têm uma visão positiva da IA, sustentando a utilização generalizada. Apenas 7% dos trabalhadores acreditam que a GenAI pode levá-los a perder seus empregos, embora estudos recentes indiquem que mais de 300 milhões de empregos em todo o mundo serão perdidos de alguma forma, devido à IA. Para colmatar esta lacuna, as organizações devem implementar urgentemente medidas de melhoria de competências personalizadas.
“Num mundo que está a ser alterado pela tecnologia, o talento continua a ser uma verdadeira vantagem competitiva; as empresas que se concentram nas suas pessoas têm maior probabilidade de assegurar a preparação para o futuro das suas organizações”, frisou Denis Machuel. O estudo revela que três em cada cinco trabalhadores acreditam que as competências humanas permanecerão mais influentes do que a GenAI no local de trabalho. A maioria espera que inteligência emocional, empatia e competências interpessoais serão mais valorizadas do que as competências oferecidas pelas máquinas. Cultivar essas competências humanas exigirá conectar os trabalhadores ao coaching, desenvolvimento de liderança e formação