BrightGov: Impulsionar a Democracia Através da Votação Online

Na foto: Nuno Chainho Amiar, CEO da BrightGov

A BrightGov, liderada por Nuno Chainho Amiar, é uma startup que tem por objetivo a promoção de um governo aberto e transparente através de tecnologias digitais. A solução tecnológica proposta pretende ser um catalisador para o envolvimento cívico e a participação democrática, capacitando os cidadãos a exercerem os seus direitos de maneira segura e eficiente, moldando assim o futuro da governança digital.

Com recurso à criptografia avançada, que garante a confidencialidade e a integridade do voto, a BrightGov traz os benefícios da democracia digital, proporcionando uma experiência de votação segura e acessível aos eleitores.

“Blockchain, criptografia e identidade digital são os três pontos que trabalhamos. Uma vez colocados num puzzle, de forma correta, permite criar um sistema fechado de votação transparente e seguro”, explica Nuno Amiar, em entrevista ao Empreendedor.

“O meu objetivo sempre foi disruptivo no campo da política e o meu desejo é que este sistema de votação venha a ser usado de forma complementar ao voto em papel. Não pretendemos mudar o sistema de voto em papel, mas acreditamos que as duas modalidades podem acontecer em paralelo”, sublinha.

Ao abraçar a visão de governo aberto, o CEO da BrightGov acredita que a sua solução é a resposta adequada para instituições onde os cidadãos têm uma participação ativa na tomada de decisões. “Em Portugal, várias as autarquias têm feito votações online dos seus Orçamentos Participativos. Penso que a nossa plataforma pode ser útil para aproximar o Poder local dos seus munícipes, oferecendo mais segurança nas votações do que a disponibilizada pelas atuais plataformas online.”

Foto de BrightGov

Confinamentos Impulsionaram a Ideia do Voto Digital

A ideia surgiu durante a pandemia da Covid-19. Os confinamentos foram o impulso para avançar, porém a ideia já existia há mais tempo. Nuno Amiar faz parte do movimento político Futuro Democrático, que promove a institucionalização das assembleias de cidadãos em Portugal e, dessa forma, desenvolver a participação efetiva dos cidadãos. Os confinamentos foram, na altura, uma barreira a essa participação.

“Os confinamentos levaram-me a tomar decisão de avançar, mas a ideia surgiu ao olhar para a progressão tecnológica galopante que vemos à nossa frente, com os avanços da inteligência artificial, da velocidade de computação e transmissão da informação, pensei: «se fazemos quase tudo pela ‘internet’, porque não votamos também?» ”

Sobre as dificuldades encontradas, Nuno Amiar destacou a resistência à mudança e a necessidade de educar as pessoas sobre o voto online. “Esta tecnologia tem um enorme potencial disruptivo mas também vejo muito ceticismo. Há uma resistência que é difícil de entender imediatamente.”

“O principal obstáculo à disseminação do voto em mobilidade (termo académico para voto ‘online’) é a transformação e o impacto social que acarreta. A partir do momento, em que possamos votar em nossa casa – à velocidade de um ‘click’ – sobre diversos assuntos, passamos a ter uma maior influência nas decisões das organizações que fazem parte da nossa vida. Para alguns, esta proposta soa a magia, como a tecnologia muitas vezes nos parece. Para outros, será uma afronta ao seu monopólio nas tomadas de decisão”, destaca Nuno Amiar.

Foto de BrightGov

“Não se Pode Baixar os Braços”

Para Nuno Amiar, educar e desmistificar preconceitos são etapas fundamentais. “O voto em mobilidade é uma ferramenta que existe, com as suas vantagens e constrangimentos, e que ao ser compreendida e implementada corretamente, pode trazer bastantes benefícios para a sociedade”, sublinha.

Às dificuldades de aceitação juntam-se as habituais no percurso empreendedor. “Tudo é difícil desta caminhada, desde desenvolver o produto, encontrar os parceiros obter o financiamento. Nada é fácil, por isso eu aceitei o desafio.”

“Vão sempre existir vozes contrárias à mudança. Algumas delas terão a sua razão de ser, e devem ser compreendidas e procurar ser dadas resposta às questões que levantam. Outras nascem de falta ou má informação, estando no seu direito também. Não se pode é nunca baixar os braços por algum comentário mais descabido ou mal-intencionado”, recomenda.

Quando questionado sobre a sua ambição para o futuro do projeto, Nuno Amiar expressou o desejo de criar mais casos de uso em Portugal, envolvendo decisões mais próximas do cidadão comum. Ele espera que também as universidades se envolvam mais nas áreas relevantes das novas tecnologias, como criptografia, identidade digital e blockchain.

Em resumo, a BrightGov é uma startup na área das Tecnologias da Informação, nascida em 2020 e focada em dominar a tecnologia do “voto em mobilidade”. Com a missão de melhorar a governação através da inovação, integra tecnologia de ponta para facilitar os processos de tomada de decisão. O seu CEO, Nuno Amiar, acredita que, “com a contribuição de todos, é possível construir um mundo mais justo, rico e fraterno”.

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