Empresas não priorizam iniciativas de igualdade de género

Oportunidades para as mulheres no domínio do empreendedorismo.
Foto de Garetsvisual em Freepik

Após o período pandémico em que milhões de mulheres abandonaram o mercado de trabalho, os mais recentes dados do Emprego indicam um aumento nas taxas de empregabilidade feminina, apontando para uma recuperação pós-pandemia. No entanto, apesar deste progresso, a verdadeira paridade de género ainda não é uma realidade e as estratégias para promover a igualdade estão a ser implementadas de forma lenta nas organizações.

O estudo “2024: Uma Visão do Mundo do Trabalho Para as Mulheres”, divulgado pelo ManpowerGroup no âmbito do Dia Internacional da Mulher, destaca como os empregadores estão a promover a diversidade de talento e a igualdade de género em Portugal.

Para Rui Teixeira, Country Manager do ManpowerGroup Portugal a importância da equidade de género nas organizações, não é apenas “uma questão moral e socialmente benéfica, mas também uma decisão empresarial estratégica”.

Apesar dos progressos, o estudo revela que quase metade das empresas em Portugal (46%) reconhecem que as iniciativas de igualdade de género estão atrasadas ou não foram definidas. Particularmente nas funções de liderança sénior e nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), os progressos em direção aos objetivos de paridade de género são considerados lentos ou escassos por 35% e 34% das empresas, respetivamente.

No entanto, existem setores e áreas onde a implementação de medidas de promoção da paridade de género está mais avançada. A área administrativa e as lideranças intermédias são aquelas onde as ações de progresso estão alinhadas ou à frente dos objetivos em 50% e 49% das empresas, respetivamente.

Quanto à equidade salarial, apenas metade das empresas portuguesas (52%) declaram que suas iniciativas estão a ser cumpridas, enquanto a outra metade está atrasada ou não tem iniciativas definidas. Os setores de Transportes, Logística & Automóvel (63%) e de TI & Data (62%) estão à frente na implementação de medidas de equidade salarial, enquanto os setores de Bens & Serviços de Consumo e Cuidados de Saúde & Ciências da Vida estão ligeiramente atrás.

A adoção de políticas de trabalho flexível, seguida pela mentoria interna e coaching e pela criação de uma cultura organizacional inclusiva, são medidas que mais contribuem para a igualdade de género e a inclusão de talento diverso.

O estudo destaca ainda a importância de os empregadores potenciarem um marketplace interno de talento, focarem no upskilling e reskilling, e manterem os benefícios de flexibilidade para promoverem a retenção de talento feminino no mercado de trabalho.

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