Portugueses Tornam-se Mais Exigentes em Viagens de Trabalho

Viagens de trabalho em Portugal: profissionais exigem mais flexibilidade e sustentabilidade.

Imagem de tonodiaz no Freepik

Mais de metade dos portugueses (65%) considera as viagens de trabalho essenciais para a sua carreira, mas a falta de flexibilidade e as preocupações com a sustentabilidade estão a moldar as suas expectativas e decisões, de acordo com um estudo global da SAP Concur.

As viagens de trabalho continuam a ser vistas como fundamentais para a carreira de muitos profissionais portugueses, mas as suas expectativas e exigências têm vindo a aumentar. De acordo com um estudo da SAP Concur, 65% dos profissionais que viajam em serviço consideram estas deslocações cruciais para o desenvolvimento das suas carreiras. No entanto, a perceção de que nem todos têm as mesmas oportunidades e a falta de flexibilidade oferecida pelas empresas estão a gerar insatisfação.

O estudo revela que 87% dos inquiridos experienciaram restrições na flexibilidade laboral, como a impossibilidade de trabalhar remotamente durante viagens pessoais ou de prolongar viagens de negócios para lazer. Esta falta de flexibilidade leva a que 17% dos portugueses recusem uma viagem de trabalho se não puderem conciliá-la com momentos de lazer.

Além disso, as preocupações com os custos e a sustentabilidade das viagens estão a influenciar as decisões dos viajantes de negócios. Nos últimos 12 meses, 88% dos inquiridos foram forçados a ajustar os seus planos devido a imprevistos, como o cancelamento ou reagendamento de reuniões. Apesar disso, 40% acreditam que as suas empresas priorizam a redução de custos em detrimento da flexibilidade necessária para enfrentar imprevistos.

As preocupações com a segurança também estão a ganhar destaque, com 89% dos inquiridos dispostos a recusar uma viagem devido a preocupações com a segurança do destino ou do meio de transporte. Enquanto isso, a Inteligência Artificial (IA) emerge como uma possível solução para a reserva de viagens, mas a maioria dos inquiridos (93%) ainda se sente desconfortável em utilizá-la sem o apoio adequado das suas empresas.

O estudo também aponta para desigualdades nas oportunidades de viagem, com 63% dos inquiridos a sentirem que não têm as mesmas oportunidades que os colegas, especialmente devido à antiguidade, idade ou parentalidade. Além disso, 66% dos profissionais relatam que as suas empresas têm implementado mais requisitos de pré-aprovação para viagens, enquanto 28% foram obrigados a reservar viagens diretamente com os fornecedores, fora dos canais habituais.

A sustentabilidade é outra preocupação crescente, com cerca de um quarto dos inquiridos a considerar que as suas empresas estão mais focadas na sustentabilidade das viagens do que na flexibilidade ou na redução de custos. No entanto, 21% afirmam que viram cortes no financiamento de opções de viagem mais sustentáveis.

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