O Web Summit revelou os resultados do seu quinto relatório global sobre mulheres na tecnologia, que destaca desafios persistentes para as profissionais neste setor. A pesquisa, que inquiriu mais de mil mulheres, revelou que muitas continuam a sentir-se sub-representadas e com salários abaixo dos seus colegas masculinos. Também sentem discriminação dos investidores. Quase um terço (29,6%) das inquiridas indicou o financiamento como um obstáculo significativo para iniciar um negócio, refletindo uma tendência global de startups lideradas por mulheres a enfrentar dificuldades em captar capital de risco.
O relatório “2024 Women in Tech Survey” aponta ainda que mais de metade das entrevistadas salientou a falta de mulheres em cargos de liderança, com 51% a referirem uma compensação desigual em relação aos homens. O equilíbrio entre carreira e vida familiar surge como um desafio crescente, com mais de 50% das mulheres a relatar experiências de sexismo no local de trabalho. Apesar dos obstáculos, 76% das inquiridas afirmam sentir-se capacitadas para assumir funções de liderança.
Carolyn Quinlan, VP de comunidade do Web Summit, destacou que “É frustrante que questões como sexismo, salários injustos, síndrome do impostor e o equilíbrio entre vida profissional e pessoal continuem a surgir — muitas vezes parece que estamos presos nas mesmas conversas”. No entanto, ela acrescenta uma nota de otimismo, já que “Mais mulheres estão a liderar e a trazer as suas startups para eventos como o Web Summit. Isso dá-me esperança de que estamos a avançar, criando um futuro onde a tecnologia seja um espaço para todos, e não apenas para homens.”
O relatório, produzido anualmente pela equipa do Web Summit, destaca ainda um otimismo em torno do impacto da inteligência artificial (IA) na equidade de género, com 68% das mulheres a acreditarem que a IA pode conduzir a mudanças positivas. Carolyn Quinlan também comentou sobre o crescimento da participação feminina no evento: “Desde 2021, temos mantido uma paridade quase perfeita nos participantes, e o aumento de startups fundadas por mulheres é um sinal de que estamos a impulsionar estas conversas para a frente.”