A votação sobre a imposição de tarifas definitivas a carros elétricos chineses mostrou uma divisão entre os Estados-membros da UE. Com 10 países a favor, 5 contra e 12 abstenções, a Comissão Europeia conseguiu obter apoio suficiente para avançar com a medida, mas o cenário revela uma falta de consenso claro, especialmente após a mudança de posição de última hora da Alemanha, que passou da abstenção para a rejeição.
Os interesses económicos da Alemanha, fortemente ligados ao mercado chinês, foram um fator determinante. Entidades como a BDI alertaram para os riscos de um conflito comercial aberto com a China, enquanto o governo de Olaf Scholz sublinhou a necessidade de uma negociação cuidadosa com o país asiático.
Internamente, a mudança de posição da Alemanha causou divisões no governo de coligação, com os Verdes a criticarem a decisão de Scholz e a defenderem uma postura mais dura em relação às práticas comerciais da China.
Com a decisão final prevista para 30 de outubro, a Comissão Europeia ainda tem espaço para negociações com a China, numa tentativa de evitar um conflito comercial aberto, mantendo-se dentro das regras da OMC.