Emprego Cresce, mas Desemprego Persiste e Teletrabalho Mantém-se em Níveis Elevados

Mercado de trabalho português cresce, mas absorção de força laboral enfrenta desafios e teletrabalho mantém-se consolidado.

A Randstad Portugal divulgou a análise ao Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE) para o terceiro trimestre de 2024, evidenciando um crescimento histórico do emprego em Portugal. No entanto, apesar do aumento do número de trabalhadores, o desemprego também subiu, refletindo a dificuldade do mercado em absorver a totalidade da força de trabalho.

Emprego em Alta, mas Com Desafios de Absorção

O número total de pessoas empregadas em Portugal atingiu 5.140.900, um acréscimo de 41.000 pessoas face ao trimestre anterior. O crescimento foi impulsionado tanto por trabalhadores por conta de outrem, que representam 84,7% da força laboral, como por um aumento significativo de 4,6% entre os trabalhadores por conta própria. Este aumento é, contudo, acompanhado por uma subida de 43.700 pessoas na população ativa, somando 5.475.600. Como resultado, a taxa de desemprego manteve-se estável nos 6,1%, com diferenças entre homens (5,8%) e mulheres (6,5%).

O setor dos serviços registou o maior crescimento, com mais 22.900 profissionais, seguido pela indústria e agricultura. Em contraste, o trabalho temporário diminuiu, com a taxa a baixar para 15,6%, refletindo uma preferência crescente por contratos sem termo e uma descida acentuada nos contratos com termo (-5,0%).

Foto de Freepik

Teletrabalho Continua a Ser Relevante

Apesar de uma ligeira redução no número de teletrabalhadores, atribuída principalmente ao setor educativo e às variações sazonais, o teletrabalho mantém-se em níveis elevados, abrangendo 19,2% dos profissionais. A Grande Lisboa lidera com 32,2% dos trabalhadores em regime remoto, enquanto os Açores registam a menor percentagem, com apenas 7,4%.

Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal, sublinha que “o teletrabalho trouxe uma nova dinâmica ao mercado de trabalho português, sendo favorecido pela flexibilidade e adaptação às necessidades dos profissionais. Este regime, sobretudo em formato híbrido, consolidou-se como prática essencial para a conciliação entre vida profissional e pessoal”.

Desde o início da pandemia, o teletrabalho evoluiu para uma prática estabilizada, e os dados não suportam uma tendência de retorno em larga escala ao trabalho exclusivamente presencial. Esta realidade reflete-se particularmente em grandes centros urbanos, onde a flexibilidade continua a ser uma exigência relevante.

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