Um novo estudo do Slack indica que, apesar do incentivo dos líderes empresariais, a adoção de IA pelos trabalhadores dos EUA estagnou. A ausência de orientações claras e o desconforto em admitir o uso de IA são os principais obstáculos, com 48% dos profissionais a esconderem o uso de IA nas suas tarefas diárias.
O Slack Workforce Index, estudo divulgado hoje pela Salesforce, mostra que o entusiasmo dos líderes empresariais pelo uso da Inteligência Artificial (IA) ainda não foi plenamente correspondido pelos profissionais nos EUA. Apesar de 88% dos líderes planearem aumentar os investimentos em IA, a adoção por parte dos trabalhadores aumentou apenas um ponto percentual nos últimos três meses, de 32% para 33%.
Segundo Christina Janzer, SVP de Research and Analytics no Slack, “é essencial que os líderes não só forneçam formação, mas que incentivem uma cultura aberta de experimentação com a IA.” Janzer defende que a chegada de diretrizes claras e a presença de “agentes de IA” nas empresas poderão ajudar a diminuir a incerteza e ansiedade dos trabalhadores, tornando a tecnologia mais acessível e segura de utilizar.
Quase metade dos trabalhadores administrativos inquiridos nos EUA afirmou sentir-se desconfortável em admitir aos seus supervisores o uso de IA, com receio de ser visto como incompetente ou preguiçoso. A ausência de diretrizes claras deixa os profissionais incertos sobre a aceitação do uso de IA em tarefas quotidianas e limita o aproveitamento das suas potencialidades.
O estudo mostra que, quando os profissionais se sentem apoiados na utilização de IA, a taxa de adoção aumenta significativamente, registando um crescimento de 13% em locais de trabalho com orientações claras, contra apenas 2% em empresas sem diretrizes.
A investigação também revela uma desconexão entre as expectativas dos executivos e as prioridades dos trabalhadores. Os líderes esperam que a IA seja usada para promover inovação e desenvolvimento de competências, enquanto os trabalhadores priorizam tarefas administrativas e o trabalho nos projetos atuais. A diferença de expectativas pode estar a travar o pleno aproveitamento das funcionalidades da IA, já que os trabalhadores não estão a utilizá-la para os fins estratégicos pretendidos pela gestão.
A falta de formação em IA é outra das barreiras à sua adoção. Cerca de 61% dos trabalhadores dedicaram menos de cinco horas à aprendizagem de IA e 30% afirma não ter tido qualquer formação, incluindo autodidata. A pesquisa mostra ainda que 76% dos trabalhadores desejam tornar-se especialistas em IA, e três em cada quatro profissionais preferem empregadores que capacitem os trabalhadores com ferramentas de IA. Os profissionais em início de carreira têm 1,8 vezes mais probabilidade de considerar a formação em IA como fator determinante na procura de emprego.