O retorno aos acionistas na indústria seguradora a nível global subiu para 11% em 2023, face a 8% no ano anterior, segundo o estudo “The 2024 Insurance Value Creators Report” da Boston Consulting Group (BCG). A indústria gerou 810 mil milhões de dólares entre 2019 e 2023, com um retorno médio anual de 9% neste período, impulsionado pelo aumento generalizado dos preços das ações no último ano.
Apesar deste crescimento, os retornos do setor segurador permanecem abaixo dos custos de capital estimados entre 8% e 11%, quando comparados a outras indústrias. Contudo, 67% das maiores seguradoras conseguiram, nos últimos cinco anos, superar o custo de capital, apresentando um TSR médio de 19% ao ano, o que gera um sinal de otimismo para o futuro.
Segmento de Propriedade ou Dano e a América Lideram Criação de Valor
O estudo da BCG destaca que o segmento de seguros de propriedade ou dano (P&C) foi o principal responsável pela criação de valor na indústria, gerando 316 mil milhões de dólares entre 2019 e 2023, representando 39% do total global. Seguiram-se os segmentos de seguros de vida e saúde, com 216 mil milhões de dólares (26%), e multisseguros, que somaram 201 mil milhões (25%). Em contraste, o resseguro foi o segmento menos expressivo, gerando apenas 77 mil milhões de dólares (10%) no mesmo período.
Do ponto de vista regional, a América foi responsável por 52% do valor criado globalmente, com 418 mil milhões de dólares. A região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) gerou 286 mil milhões (35%), enquanto a Ásia-Pacífico (APAC) contribuiu com 105 mil milhões (13%).
Desafios e Perspetivas
Apesar do aumento no retorno aos acionistas, o setor enfrenta dificuldades em atrair investimento, com a percentagem de capital alocado em seguradoras com um valor superior a mil milhões de dólares a cair de 3,2% em 2018 para 2,4% em 2023. O estudo sublinha ainda a necessidade de melhorar a competitividade, adaptando-se às condições específicas de cada região e segmento de negócio.
O relatório da BCG, que analisou o desempenho das 103 maiores seguradoras cotadas em bolsa, conclui que o futuro da indústria seguradora depende de estratégias que combinem eficiência operacional, inovação e adaptação regional, garantindo uma maior atratividade para os investidores.