Portugal atinge recorde de trabalhadores, mas desemprego registado cresce

Emprego em Portugal atinge máximos desde 1998, mas número de desempregados aumenta, revelando desafios estruturais.

mais de 12 milhões de desempregados na Europa

O número de pessoas empregadas e a população ativa atingem valores históricos, ao mesmo tempo que aumenta o número de desempregados inscritos nos centros de emprego.

Os dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes a dezembro de 2024 indicam que o número de empregados em Portugal atingiu 5.127.300 pessoas, um crescimento de 18.300 face ao mês anterior. A população ativa também registou um aumento, com mais 11.300 pessoas disponíveis para trabalhar, consolidando um ciclo de expansão que remonta a 1998, última vez em que os valores foram tão elevados.

A taxa de desemprego caiu para 6,4%, menos 0,2 pontos percentuais em relação a novembro, mantendo-se estável face a dezembro de 2023. A redução do desemprego foi generalizada, abrangendo diferentes grupos etários e de género.

Imagem de wayhomestudio no Freepik

Paradoxo do mercado de trabalho: mais emprego, mas mais desempregados registados

Apesar do aumento do emprego, os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) apontam para um crescimento do desemprego registado. O número de desempregados inscritos aumentou 4,1% face a novembro, atingindo 335.665 pessoas, enquanto os pedidos de emprego subiram 0,9%, totalizando 470.629 requerimentos.

O crescimento do desemprego registado foi generalizado em todas as regiões do país, com destaque para o Algarve (+23%) e a Área Metropolitana de Lisboa (+3,8%). Em termos homólogos, o desemprego subiu sobretudo na Região Metropolitana de Lisboa (+10,3%), no Norte (+4,2%) e no Centro (+4,8%), enquanto as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores registaram reduções de -10,1% e -3%, respetivamente.

Foto de Drazen Zigic no Freepik

Requalificação e formação como chave para a competitividade

Segundo Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal, os dados mostram um mercado de trabalho dinâmico, mas com desafios estruturais. “O crescimento do emprego não impede o aumento do desemprego registado, refletindo um desajuste entre as necessidades das empresas e as competências disponíveis. A formação e a requalificação são cruciais para colmatar essa lacuna e assegurar que mais profissionais se integrem no mercado de trabalho”, destaca.

O estudo Workmonitor da Randstad, divulgado este mês, sublinha a necessidade de apostar na formação contínua como estratégia para garantir competitividade e adaptação às exigências do mercado de trabalho.

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