Desemprego regista maior aumento trimestral dos últimos dois anos

Taxa de desemprego atinge 6,7% no final de 2024, enquanto o número de desempregados cresce 10,1% face ao trimestre anterior.

Foto de Freepik

O quarto trimestre de 2024 registou um aumento significativo do desemprego em Portugal, com um crescimento de 10,1% em relação ao trimestre anterior, o que representa mais 33.600 pessoas desempregadas. Este é o maior aumento trimestral dos últimos dois anos, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) analisados pela Randstad Portugal.

Apesar da subida do desemprego, o número de empregados continuou a crescer, atingindo um aumento homólogo de 1,3% (+65.100 pessoas). O crescimento do emprego esteve concentrado no setor dos serviços, que registou um acréscimo de 74 mil profissionais (+2,1%). A faixa etária entre os 25 e os 34 anos foi a que mais beneficiou desta tendência, com um aumento de 1,4% no número de empregados.

A taxa de desemprego subiu 0,1 pontos percentuais, fixando-se em 6,7% no final do ano. Entre as mulheres, a taxa atingiu 6,9%, enquanto nos homens ficou em 6,5%. Paralelamente, verificou-se um crescimento do teletrabalho, com um aumento de 7,2% no número de profissionais que trabalham remotamente, abrangendo agora 20,5% dos empregados no país.

No contexto macroeconómico, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresceu 1,9% em 2024, abaixo dos 2,5% registados em 2023. Este crescimento inferior ao do emprego (1,2% em média) sugere um aumento da produtividade, o que, segundo a Randstad, poderá intensificar a necessidade de investimento na formação contínua dos trabalhadores.

Isabel Roseiro, diretora de Marketing da Randstad Portugal, destaca que a maior eficiência das empresas coloca pressão sobre as condições de trabalho: “41% dos trabalhadores não aceitariam um emprego sem oportunidades de desenvolvimento, e 46% consideram que a responsabilidade de criar essas oportunidades cabe ao empregador.” A formação contínua, especialmente em áreas emergentes como a inteligência artificial, torna-se, assim, essencial para garantir a competitividade dos profissionais no mercado de trabalho.

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