O ecossistema de startups em Portugal captou mais de 670 milhões de euros em 2024, distribuídos entre 410 milhões de euros em financiamento por capitais próprios (equity funding) e 261 milhões de euros em financiamento por dívida (debt funding), segundo dados da publicação espanhola El Referente, especializada em inovação.
Lisboa consolidou-se como o principal polo tecnológico do país, concentrando mais de 60% das startups financiadas. Entre os maiores investimentos, destaca-se a Powerdot, vencedora do João Vasconcelos Award da Unicorn Factory Lisboa, que levantou 100 milhões de euros, seguida pela Tekever, que arrecadou 70 milhões de euros.
Apesar do crescimento do ecossistema, o acesso ao investimento continua a ser um desafio. O processo de angariação de fundos exige mais do que métricas sólidas e um pitch bem estruturado. A diligência devida (due diligence) tem sido um dos principais obstáculos, onde muitas startups enfrentam dificuldades. Segundo Francois Mazoudier, fundador do Fundraising Bootcamp e especialista do programa Scaling Up da Unicorn Factory Lisboa, as startups precisam de diferenciação, preparação total e documentação impecável para acelerar o processo e evitar atrasos nos pipelines dos investidores.
A Unicorn Factory Lisboa tem desempenhado um papel crucial na preparação das startups portuguesas. Mais de 50% das rondas de seed em 2024 envolveram startups que passaram pelos seus programas, um aumento expressivo face a 2022, quando esse valor era inferior a 10%. Iniciativas como Reverse Pitch, Pitch Roast ou Demo Days, que conectam startups a investidores e empresas, e o Fundraising Bootcamp do programa Scaling Up, da Unicorn Factory Lisboa apoiam as startups com ferramentas essenciais para captar financiamento.