Mercado imobiliário de gama alta impulsiona a economia

Estudo revela que o setor imobiliário de gama alta gerou 7,2 mil milhões de euros e 94 mil empregos, impulsionando a economia portuguesa.

Na foto: Pedro Brinca, coordenador do estudo e investigador na NOVA SBE.

O setor imobiliário de gama alta tem assumido um papel determinante na economia portuguesa, contribuindo para a geração de riqueza, criação de emprego e dinamização da construção civil. Em 2023, este segmento gerou mais de 7,2 mil milhões de euros para a produção nacional e criou cerca de 94 mil empregos, segundo o estudo “Premium Realty Market”, desenvolvido pela Porta da Frente Christie’s e pela NOVA School of Business & Economics.

Os dados evidenciam a resiliência deste mercado, que registou um crescimento superior a 50% nos últimos três anos. O aumento dos preços dos imóveis de gama alta, que subiram 23% no mesmo período, está diretamente relacionado com a dificuldade da oferta em acompanhar a crescente procura e com a inflação dos custos de construção.

A pressão da procura duplicou entre 2021 e 2023, estabilizando apenas no último ano devido ao fim dos Vistos Gold e do regime dos Residentes Não Habituais (RNH). Apesar disso, o setor mantém uma dinâmica forte, impulsionada por investidores internacionais e compradores com elevado poder de compra.

“Os resultados deste estudo refletem não só a resiliência do mercado imobiliário de gama alta, mas também a sua capacidade de adaptação e crescimento sustentável, mesmo num contexto económico desafiante. A análise detalhada permite traçar um caminho sólido para o futuro, com oportunidades claras para investidores e dinamizadores do setor”, salientou Pedro Brinca, coordenador do estudo e investigador na NOVA SBE.

Distribuição geográfica e evolução da oferta

O mercado de gama alta continua a concentrar-se nos distritos de Lisboa, Porto e Faro, destacando-se freguesias como Cascais e Estoril, Quarteira e Avenidas Novas. O estudo também identifica um crescimento relevante nos distritos de Setúbal, Beja e na Ilha da Madeira, especialmente no segmento Affluent – imóveis situados no escalão entre os 10% e 5% mais caros do mercado.

A composição da oferta tem vindo a evoluir, com um aumento da representatividade dos apartamentos T2, que passaram de 30% para 35% do total disponível, refletindo novas preferências dos compradores. No entanto, as moradias continuam a representar um terço da oferta, demonstrando a procura sustentada por imóveis com maior área e privacidade.

As projeções para os próximos anos apontam para uma estabilização dos preços e das vendas, acompanhando a evolução dos custos de financiamento e construção. Lisboa, Porto e Faro devem continuar a ser os mercados mais dinâmicos, com a procura a manter-se resiliente, especialmente entre investidores estrangeiros.

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