D-Labs debate Diplomacia Económica e Estratégias de Internacionalização na U. Católica

D-Labs: Diplomacia Económica e Estratégias de Internacionalização na U. Católica
D-Labs: Diplomacia Económica e Estratégias de Internacionalização na U. Católica

No passado dia 17 de março, o Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEP Católica) recebeu mais uma edição do D-Labs | Laboratório do Pensamento Criativo, desta vez com o tema “Diplomacia Económica no Mundo dos Negócios”. O evento, promovido pela Diaspora Prime Portugal, teve o formato de aula aberta, permitindo um envolvimento dinâmico da comunidade académica com especialistas e empresários experientes.

O debate foi moderado por Bernardo Ivo Cruz, professor e ex-Secretário de Estado da Internacionalização, que iniciou a sessão destacando a necessidade urgente de Portugal fortalecer as estratégias de internacionalização. Salientou que o país deve gerar riqueza através das exportações e do investimento estrangeiro, pois sem esses fatores, a sua sustentabilidade fica comprometida.

Aula Aberta junta alunos, empresários e académicos no Instituto de Estudos Políticos na Universidade Católica Portuguesa.

Vítor Gabriel Oliveira, Presidente do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa, reforçou a importância da diplomacia como ferramenta essencial no processo de internacionalização. Segundo ele, cabe às representações diplomáticas facilitar esse caminho para as empresas portuguesas.

Isabel Neves, empreendedora, Presidente do Clube Business Angels Lisboa e Presidente da Direção da United Nations Association – UNA Portugal, sublinhou os desafios do processo de internacionalização, enfatizando que startups e empresas precisam estar preparadas para enfrentar esse percurso. Lembrou ainda que, sem dimensão e escala, as empresas terão dificuldade para enfrentar os mercados internacionais e ser bem sucedidas. Salientou igualmente que Portugal peca por não possuir uma marca forte e distintiva como sucede em outros países, citando a Itália pelo “Design” e a França pela “alta-costura” e pelo “luxo”. Isabel Neves acrescentou ainda que Portugal não deve contentar-se apenas por ser um destino conhecido pelo turismo ou gastronomia de excelência.

Vasco Ribeiro, professor universitário e autor de publicações no segmento da gestão comportamental e diplomacia económica abordou a importância de compreender as diferenças culturais nos processos de internacionalização de empresas e negócios. Explicou que conhecer bem os interlocutores e respeitar as particularidades de cada país são elementos fundamentais para o sucesso em mercados internacionais.

Stephenie Coker Rank, Presidente da Portugal Nigeria Business Trade Association, fez uma reflexão sobre a percepção que os portugueses têm de si próprios, referindo que, ao contrário de outros povos, os portugueses tendem a desvalorizar-se. Partilhou a sua paixão por Portugal e reiterou que o país tem inúmeras qualidades e um enorme potencial a explorar.

Dr. M Haider Uzzaman, investidor do sudoeste asiático com negócios no Canadá e Presidente do Business Summit, destacou a oportunidade diferenciadora que Portugal tem pelo facto de usufrui de uma fronteira com o Oceano como poucos países, onde a criação de uma companhia marítima de bandeira, a par da consolidação e amplificação da companhia aérea portuguesa (TAP) poderiam ser fois factores de enorme valorização e força internacional, dando como exemplo a Emirates que abriu corredores do Dubai para o mundo. Dr. Uzzaman mencionou ainda o potencial inexplorado do país em setores como a agricultura e pastoricia, sugerindo que todos estes ativos são oportunidades que devem ser mais melhor aproveitados.

Linda Pereira, Oradora internacional renomada enfatizou a relevância do lobby na internacionalização das empresas portuguesas e alertou para a falta de espírito de entreajuda entre os empresários portugueses, sobretudo os que operam no estrangeiro. Apontou que a dificuldade em trabalhar em conjunto, assumindo-se como um bloco como sucede em muitos outros países, é um problema cultural e estrutural, que impede muitas PME portuguesas de competir em grandes mercados. Linda Pereira defendeu que as empresas devem unir-se e adotar uma abordagem mais associativa para alcançar novos mercados.

Carlos Vinhas Pereira, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa e Presidente da RCCPM (Rede das Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo), marcou também presença no D | LABS do Diaspora Prime Portugal. Viajou de Paris, onde reside habitualmente, para partilhar a sua visão sobre a importância das redes de comércio internacionais no apoio à internacionalização das empresas portuguesas.

D-Labs: Diplomacia Económica e Estratégias de Internacionalização na U. Católica. Da Esq. para a Dir: Prof. Dr Francisco Proença Garcia (Professor Associate Dean IEP-UCP e Cofundador do projeto Diaspora Prime Portugal); Carlos Vinhas (presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa e Presidente da RCCPM – Rede das Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo); Vasco Ribeiro (professor universitário e autor de publicações no segmento da gestão comportamental e diplomacia económica); Isabel Neves (empreendedora, Presidente do Clube Business Angels Lisboa e Presidente da Direção da United Nations Association – UNA Portugal); Bernardo Ivo Cruz (professor e ex-Secretário de Estado da Internacionalização); Linda Pereira (Global communicator e International speaker); Vítor Gabriel Oliveira (Presidente do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Europa) e Gonçalo Terenas (Diretor de Negócios Internacionais e Corporativos da TUGA Innovations Inc.).

O encerramento desta “aula aberta”, assegurado pela direção do Diaspora Prime Portugal, destacou a importância de promover discussões públicas como esta, que fazem a ponte entre o setor empresarial e a academia. A nota final destacou a necessidade de passar das palavras para a ação, afirmando que é fundamental converter e evoluir do formato do “Talk and Clap” pelo “Talk and Walk”.

Numa audiência diversificada, onde marcaram também presença alguns dos membros do Conselho Consultivo Diaspora Prime Portugal, alunos, consultores, associações e empresários de diversos sectores, animaram o final do debate proporcionando uma troca rica de ideias e reflexões, sublinhando a importância de preparar os jovens finalistas universitários, bem como, das empresas portuguesas para a internacionalização e reforçar as dinâmicas de diplomacia económica como uma ferramenta estratégica para o crescimento sustentável do país.

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