Projeto pioneiro ajuda empresas a inovar com a nanotecnologia

Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia ajuda empresas a inovar com novos processo tecnológicos
Foto: INL

O nanoGateway é um projeto ibérico pioneiro que visa facilitar o acesso à inovação científica e tecnológica. O projeto lançado em Braga é uma oportunidade para as empresas portugueses desenvolverem novos negócios em nanotecnologia.

O nanoGateway, lançado pelo Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), com sede em Braga, visa dar resposta aos desafios das empresas portuguesas interessadas em testar novas soluções nesta área de desenvolvimento tecnológico. Na prática, trata-se de uma plataforma que pretende ser o ponto de encontro entre as empresas, e as suas necessidades específicas, e especialistas, nacionais ou internacionais, com trabalho desenvolvido em nanotecnologias, facilitando o desenvolvimento de projetos “ciência chave na mão”.

A nanotecnologia é um processo científico que permite a reorganização de átomos e moléculas em contexto laboratorial de forma a conferir diferentes propriedades aos materiais, como maior resistência, impermeabilidade, maior condutividade, capacidade de armazenamento de informação, criando múltiplas oportunidades de aplicações para diferentes setores.

Empresas portuguesas com acesso à inovação em nanotecnologia

“O nanogateway é um projeto que não exclui desafios”, destaca Sonia Pazos, responsável pela iniciativa. “É um projeto que quer promover a investigação de excelência na área da nanotecnologia e a sua transferência para o tecido empresarial. O que significa que podemos estar a falar de desafios que tenham hoje já uma resposta com capacidade de aplicação no mercado, mas podem ser também desafios que promovam a investigação de soluções adequadas para futuras aplicações”, explica a responsável do INL.

Portugal e Espanha estão hoje na vanguarda global da investigação em nanotecnologia. Os dois países juntaram-se para desenvolver o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia, um centro pioneiro numa ciência que agora começa a sair dos laboratórios para apresentar soluções capazes de dar resposta aos mais diversos desafios das empresas.

Desde a otimização da produção agrícola, através do uso de nanosensores que monitorizam as condições atmosféricas a que as plantações estão sujeitas – um projeto que o INL tem vindo a desenvolver com a Sogrape, por exemplo.  Mas também o desenvolvimento de alimentos personalizados para pacientes com diabetes ou doenças cognitivas (como o Alzheimer), ou a criação de loiça mais resistente para a indústria hoteleira, através da aplicação de uma rede de nanopartículas, um projeto desenvolvido em colaboração com a Porcelanas da Costa Verde são algumas soluções que já estão em curso, com o apoio das empresas.

Além de procurar soluções científicas e tecnológicas para as necessidades das empresas, o nanoGateway permite ainda identificar oportunidades de financiamento para o desenvolvimento destes projetos, que podem ser locais, nacionais ou supranacionais. “No fundo procuramos respostas para os desafios das empresas numa perspetiva 360º”, refere Sonia Pazos.

O projeto também está orientado para entidades públicas, como autarquias, comunidades intermunicipais ou áreas metropolitanas podem contactar o INL solicitando soluções para as questões que afetam as suas regiões. Sonia Pazos dá um exemplo: “Duas regiões transfronteiriças, de Portugal e Espanha, abordaram-nos com a necessidade de identificar azeite contrafeito, vendido com rotulagem destas regiões. E isso permitiu-nos trabalhar no desenvolvimento de uma tecnologia que mede a origem e pureza do azeite através da análise do ADN vegetal”.

O programa de investigação do Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia abrange quatro campos estratégicos de aplicação da nanociência e da nanotecnologia: Monitorização Alimentar e Ambiental; ICT; Energias Renováveis e Saúde. Atualmente estão em curso o desenvolvimento de soluções nas áreas da saúde e alimentação, crescimento inteligente, indústria 4.0, economia circular e sustentabilidade ambiental.

“Queremos com este projeto juntar conhecimento que está disperso, criando uma ‘bolsa’ de especialistas e investigadores, de diferentes áreas, que queiram colaborar connosco para solucionar estes grandes desafios da sociedade, lançados quer por empresas quer pelos decisores políticos”, remata Sonia Pazos.

O projeto nanoGateway está aberto a candidaturas de entidades públicas e privadas das oito regiões transfronteiriças, entre Portugal e Espanha: Norte, Centro, Algarve, Alentejo, Andaluzia, Castela e Leão, Extremadura e Galiza.

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