As profissões não escapam ao ‘efeito inovação’. A tecnologia levará à extinção de muitas ocupações. Mesmo que as novas ferramentas não tenham o potencial de eliminar certas funções, impõem uma nova forma de pensar.
As novidades, tão agradáveis de se ver, estão transformando a realidade do mercado e envelhecendo o modelo de gestão e de negócios. Suas consequências são democráticas, com reflexos no varejo, nos serviços e na indústria, não apenas no Brasil. A origem foi no Vale do Silício e, hoje, em cada lugar do mundo, existe alguém pensando em um negócio que seja disruptivo, diferente do que já existe. O processo é amplamente incentivado e, cada vez mais, acelerado. A Uber, a Airbnb, a Netflix, o Spotify, são exemplos, entre tantos, que ameaçam padrões já consolidados e, não raras vezes, destroem modelos de negócios.
As profissões não escapam do ‘efeito inovação’. Anualmente são divulgadas listas de ocupações que deixarão de existir. E elas estão sendo extintas pela tecnologia. Mesmo que as novas ferramentas não tenham o potencial de eliminar certas funções, já impõem a exigência de um novo profissional e uma nova forma de pensar, em prol da sobrevida das empresas.
Até pouco tempo, o modelo vigente era do profissional especialista. O que fazia faculdade de contabilidade para ser contador, de jornalismo para ser jornalista, de medicina para ser médico. As organizações eram divididas em ‘caixinhas’ e, dentro de cada uma, estavam as especialidades. Não que as especializações não sejam mais necessárias e convenientes, mas nesse novo modelo de organização é imprescindível uma nova forma de pensar, além do olhar do especialista, para uma visão global do negócio.
As empresas buscam profissionais com ‘mentalidade de dono’. E esse não é o funcionário que se limita a dar expediente, mas o que está em um nível de comprometimento diferente de um empregado comum. Também não falamos aqui daquele profissional extremamente dedicado, mas que faz mais do mesmo. O que se busca é alguém com intensa vontade de prosperar! Essa é uma habilidade inerente ao que denominamos a Nova Inteligência Executiva, ligada à Mentalidade Realizadora do indivíduo.
Da mesma forma, quem está na linha de frente, precisa ter a capacidade de desenvolver essa ambição positiva em sua equipe. Assim, consegue ter um time comprometido não apenas com a organização, porque ninguém trabalha para a empresa, ela é apenas um meio, as pessoas trabalham para si mesmas. O efeito de um profissional comprometido consigo mesmo e com sua carreira é alguém fazendo o máximo pela empresa, em busca de aprendizado, crescimento e desenvolvimento.
Na Nova Inteligência Executiva, a pessoa pode ter todas essas habilidades, mas, para vivenciar seus benefícios, precisa desenvolver a capacidade de tomar boas decisões, através do aprimoramento da visão global, sistêmica, estratégica e inovadora. A visão global pode ser entendida como a capacidade de enxergar a floresta, em vez de apenas a árvore, compreendendo as relações entre os sistemas internos e externos da organização. A visão sistêmica é capaz de compreender os processos de causa e consequência, enquanto a visão inovadora se refere à capacidade de pensar além dos paradigmas e propor soluções não lineares. Por fim, a visão estratégica reporta à capacidade de levar em consideração os efeitos de médio e longo prazo das decisões tomadas no presente. A forma de lidar com as pessoas, referente a Mentalidade Relacional, é o outro eixo dessa inteligência.
Essas três mentalidades fazem com que o indivíduo esteja o tempo todo se desafiando, se aprimorando e formando uma rede de relacionamentos capaz de gerar poder pessoal e a capacidade de realizar além do que poderia fazer sozinho, tomando boas decisões e influenciando pessoas à sua volta.