Hemotify “Conectar para salvar vidas”

O Hemotify alerta os dadores de sangue através do Facebook e, futuramente, outras redes sociais, como Whatsapp, Telegram, Messenger, além de email. A plataforma incluirá ainda uma agenda pessoal para o usuário, onde ele poderá ver quando pode doar novamente, caso já o tenha feito. A possibilidade do próprio usuário partilhar o apelo, através das redes sociais também está prevista, permitindo ampliar a rede de doadores entre os seus amigos nas redes sociais.

A ideia surgiu quando os três jovens (Fernando Berwanger, Ricardo Morcelli e Gabriel Branco) constataram que não existia, em várias regiões do Brasil, nenhum automatismo para pedir doação de sangue quando o estoque é baixo nos hemocentros. ‘A partir daí, começámos a pensar em uma plataforma que serviria para resolver esse problema. Nossa motivação foi justamente ver uma possibilidade de criarmos uma cultura de doação de sangue no Brasil’ explica Gabriel Branco, o diretor de Marketing do projeto.

‘Conversámos com profissionais da área e descobrimos que apenas 1,9% da população brasileira doa sangue, quando o necessário para manter os estoques seria uma porcentagem por volta de 5%. Essa baixa porcentagem tem diversas consequências, como fila de espera para receber transfusão, que muitas vezes são emergências, cirurgias canceladas devido à falta de estoque de sangue etc.’, sublinha Gabriel.

‘Cadastrando-se no nosso site, o usuário especifica sua cidade e seu tipo sanguíneo. Com os dados registrados, ele passa a receber notificações via redes sociais quando o hemocentro da cidade precisar da doação do mesmo tipo sanguíneo. O hemocentro, por sua vez, controla quando e para quem enviar as notificações por um painel de controle na plataforma’, explicam os responsáveis do projeto.

A plataforma Hemotify nasceu em outubro de 2016, pela mão dos três estudantes de engenharia, e num instante saiu do papel. ‘Foram gastos 40 dias para tirar do papel nossa ideia. ‘Enfrentámos diversas dificuldades. Recursos financeiros escassos nos impediram de ter a equipe de desenvolvedores ideal. Com poucos desenvolvedores, temos conhecimento limitado, o que torna o processo de construção e manutenção do site mais lento’, conta Gabriel Branco.

Atualmente, o Hemotify está funcionando em nove cidade do Brasil, sete no Rio Grande do Sul (Santa Maria, Porto Alegre, Santo Ângelo, Alegrete, Palmeira das Missões, Santa Rosa e Passo Fundo), uma na Bahia (Irecê) e uma no Distrito Federal (Brasília). A utilização é gratuita para todos os bancos de sangue do Brasil.

A campanha de crowdfunding atualmente em curso visa ampliar essa rede, aperfeiçoando a plataforma e reunindo recursos para publicitar o projeto. ‘A meta de arrecadação, no valor de R$42.500,00 (13 mil euros) nos garante funcionamento total para três meses, envolvendo os custos de programação e desenvolvimento, publicidade nas redes sociais – para que mais pessoas sejam impactadas -, manutenção do serviço, expansão para mais cidades e trâmites burocráticos’, explicam. Mas Gabriel sublinha que ‘nós temos metas ousadas. Pensamos em expandir a plataforma para outros países assim que nosso site estiver melhor desenvolvido’. Para já, o objetivo é chegar ao final de 2017 ‘com 80% dos hemocentros do Brasil utilizando a plataforma’.

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