A Arte como negócio

Painel de Programadores Musicais dos EUA
Foto de Miguel Cordeiro, Empreendedor

Olhar a arte como um negócio foi a sugestão do ciclo de conferências RHI (Revolution, Hope, Imagination) promovido em Portugal pelo Arte Institute, uma instituição norte-americana de apoio às artes e cultura, dirigida por Ana Ventura Miranda.

O evento, que decorre de 14 a 21 de setembro em doze cidades portuguesas, tem por objetivo divulgar e debater as diferentes formas de cultura portuguesa e ajudar à promoção dos artistas portugueses junto dos mais significativos produtores e programadores de eventos artísticos nos Estados Unidos.

O Empreendedor acompanhou as palestras relacionadas com a Art&Business que decorreram durante o fim-de-semana na Culturgest, para perceber o que é essencial para criar uma proposta de negócio atrativa a partir de um projeto artístico.

o artista que procura internacionalizar-se necessita de ter Foco e network internacional

O ponto de partida passa pelo artista ter uma visão empresarial da sua atividade. Da mesma forma que os empreendedores têm de aplicar técnicas de comunicação para divulgar a sua empresa e produtos, também os artistas têm de aprender técnicas de gestão se desejam apoios de empresas para os seus projetos. Esta a ideia transversal a todos os painéis.

O Mecenato ainda continua a ser uma importante fonte de financiamento dos artistas mas, cada vez mais, é essencial trabalhar em rede e construir lóbis de Arte nos negócios. Não para conquistar a simpatia dos decisores políticos – até porque a regulação das finanças públicas tornou mais difícil conseguir subsídios conquistando o agrado de políticos – mas porque é necessário ter em conta que qualquer projeto artístico necessita de metodologias de negócio, como o marketing, gestão ou apoio jurídico, entre outras.

No essencial o artista que procura financiamento para internacionalizar-se necessita de ter Foco e network internacional, identificando claramente o seu mercado e as características do seu produto e criando uma rede de divulgadores. Criar uma Imagem de Marca é o passo para a afirmação do artista ou da arte. Esse percurso já foi feito pelo Fado, depois de, paulatinamente ter investido da sua divulgação internacional, que culminou com a distinção como Património Imaterial da Humanidade. Outras formas de arte que pretendam alcançar a notoriedade internacional do Fado, terão de fazer o mesmo percurso.

Cartaz do evento

Uma das formas de apoio possíveis para essa divulgação passa pela associação ao Turismo, quer através de instituições públicas como o Turismo de Portugal, orientadas para a promoção externa, quer trabalhando essa divulgação internamente, junto dos turistas que nos visitam, pois eles são os melhores divulgadores da cultura, porque estão predispostos a esse conhecimento.

Outro organismo público que apoia a internacionalização da atividade artística é a AICEP, através da Fileira das Indústrias Culturais e Criativas, que atua como um Cluster de Competitividade das Indústrias Criativas, um setor que gera cerca de 300 milhões euros em exportações e que tem revelado um elevado potencial de crescimento.

Também o sub-programa Cultura do Programa Europa Criativa, da responsabilidade da Comissão Europeia, oferece o cofinanciamento (a fundo perdido), a projetos transnacionais e compreende todas as expressões culturais e artísticas (exceto projetos exclusivamente cinematográficos e/ou audiovisuais, que têm um programa específico) com o objetivo de garantir a salvaguarda e a promoção da diversidade cultural e linguística europeia e o reforço da competitividade dos sectores cultural e criativo, com vista a promover um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo.

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