Convenhamos: nos tempos que correm, o tradicional Currículo Vitae em papel enviado através de meios eletrónicos, por si só não chega, certo? O mesmo é dizer que existem inovadoras e criativas maneiras de um candidato se diferenciar entre milhares de competidores pela mesma vaga.
Não vale a pena sermos puritanos, o Currículo trata apenas de informação elogiosa a respeito do candidato e cabe ao recrutador decidir se acredita em tudo o que lê ou necessita de chamar o candidato para uma entrevista, com o intuito de clarificar alguns pontos que suscitaram dúvidas.
O problema é quando os recrutadores não estão para aí virados e preferem embelezar a vista com cores vibrantes e vídeos pomposos em vez de darem atenção ao que realmente interessa: as hard e soft skills do potencial colaborador.
Já aqui o escrevi e tenho dito em palestras, sessões de mentoria e nas redes sociais, que o recrutamento e seleção de candidatos em Portugal ainda assenta numa base obsoleta e na capacidade limitada para não ver além do óbvio. Com isso as empresas perdem os melhores talentos ao invés de aprofundar a pesquisa sobre as reais competências profissionais dos futuros colaboradores.
É uma ilusão pensar que apenas o Currículo abre portas para uma segunda fase de seleção que em alguns casos acaba por ser a tão ansiada e afamada entrevista, que mais não é do que uma conversa entre duas pessoas com o propósito de se conhecerem melhor mas em que o ônus do processo está do lado do recrutador.
Nos novos tempos que vivemos, os candidatos têm de sacar do canivete suíço do Macgyver e mostrar mil e uma formas de, com esse mesmo canivete, desempenharem e desenvolverem diferentes aptidões para o cargo para o qual tiveram a sorte de ser chamados.
Sim, porque se antes – em tempos ditos de normalidade – conseguir uma vaga ou até uma entrevista era complicado, e muitos se acotovelavam só para serem os primeiros a chegar à campainha do recrutador, atualmente em “tempos de pandemia”, esta concorrência pode provocar feridas difíceis de sarar para quem não é escolhido.
O importante aqui é abrir os olhos para ver melhor a situação em que o mercado de trabalho mergulhou. Não basta enviar um CV muito bonito, com frases brilhantes e bem construídas, para almejar a tão famigerada oportunidade de trabalho. É necessário “suar as estopinhas” e saber primar pelo caráter da diferença, evidenciando de preferência algo que a mais direta competição e competidores não possui.
Se ainda utiliza como método arcaico o envio só do Currículo Vitae, esperando com isso sonhar com o acesso a uma entrevista, então é melhor entrar na máquina do tempo e programar a sua chegada para o Século XXI. Prometo que estarei à sua espera para o ajudar a encontrar a fórmula de modernidade que o seu CV precisa.