A liberdade laboral e a transição digital

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Sim, as novas gerações já estabeleceram um novo paradigma de trabalho. No setor do Turismo, devido a várias razões, entre as quais a sazonalidade, lidar com o conceito de trabalho flexível sempre foi uma necessidade. Hoje, a autonomia, a liberdade profissional e a autodeterminação de carreira, elementos essenciais para as novas gerações de profissionais, fizeram com que a flexibilidade se tornasse uma parte estruturante do conceito de trabalho, sendo transversal a qualquer setor. Já não se trata apenas de uma especificidade de um setor, mas sim de um traço distintivo de uma geração de profissionais.

O “Job Hopping“, apontado por muitos como uma das tendências de 2023 no mundo do trabalho, é um dos fenómenos que comprova esta nova realidade. Este conceito consiste na necessidade constante das gerações mais jovens enfrentarem novos desafios profissionais com frequência. As mudanças frequentes dos profissionais entre empresas demonstram que a antiga perspetiva de os considerar como “Recursos”, como património da empresa, como propriedade, algo estático e exclusivo, está em desacordo com a mentalidade livre da Geração Z.

Outro exemplo significativo neste contexto é o crescente grupo dos “Slashers“. Este tipo específico de profissionais assume ter mais do que uma atividade profissional por escolha. Esta nova “tribo” combina paixões profissionais bastante discrepantes entre si, o que os leva a designarem-se como profissionais de uma atividade (por exemplo, carpinteiro) / outra atividade (por exemplo, rececionista). Essa combinação não surge por motivos económicos, mas sim por opção de vida.

À medida que este traço da flexibilidade se define cada vez mais, impulsiona de forma incontestável o emergente paradigma do trabalho descentralizado, onde, através de meios tecnológicos, os profissionais conseguem interagir com as empresas não como meros recursos, mas como verdadeiros parceiros. Isso materializa de maneira prática a liberdade profissional desejada e a autodeterminação de carreira. Na prática, essa parceria perdura enquanto as partes necessitarem, seja de forma pontual, intermitente, parcial ou esporádica. Dessa forma, a empresa interage com uma nova geração de profissionais flexíveis, sem intermediários, atingindo os objetivos comuns com uma precisão e eficiência sem precedentes.

E sim, esta realidade não é exclusiva de funções digitais. Atualmente, existem cada vez mais comunidades de profissionais em funções não digitais que trabalham de forma descentralizada, ou seja, de forma independente. Essas comunidades formam-se no seio de soluções tecnológicas que permitem às empresas interagir com esses parceiros de negócio de maneira simples e direta.

É na transição digital que reside a chave para que as empresas consigam gerir estes novos modelos de trabalho, que moldarão o futuro, mas que já fazem parte do presente.

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