A engenheira biomédica Andrea Isabel Mata Gutierrez quer aproveitar o pioneirismo para encorajar outras mulheres a correrem atrás de seu sonho, mesmo que ele envolva cargos que são tradicionalmente masculinos.
Contratada pela Getinge México, em março passado, como engenheira do departamento de serviços – a primeira a ocupar esta posição no país – a engenheira biomédica Andrea Isabel Mata Gutierrez quer aproveitar o pioneirismo para encorajar outras mulheres a correrem atrás de seu sonho, mesmo que ele envolva cargos tradicionalmente masculinos.
A sua aspiração de integrar o departamento de serviços casou-se perfeitamente com a política da empresa de estimular o crescimento profissional feminino. E a recetividade da equipa totalmente masculina, que em princípio ela receava ser desafiadora, acabou por se tornar uma conquista pessoal e profissional muito satisfatória e fonte de aprendizagem mútua.
Qual é a sua formação e como foi sua trajetória profissional? – Sou engenheira biomédica e trabalhei como profissional independente na minha cidade natal, San Luis de Potosí, durante cerca de quatro anos. Quando mudei para Guadalajara comecei a trabalhar para uma empresa de comercialização de serviços e equipamentos médicos. Ali tive contato com a área de serviço, fazendo manutenção preditiva, preventiva e corretiva de equipamentos, capacitação, além de coordenar a equipa de engenheiros biomédicos da empresa. Esse trabalho abriu-me a oportunidade de integrar a equipa da Getinge.
Por que decidiu se candidatar ao cargo na Getinge? – Soube que a empresa procurava uma engenheira para ocupar uma vaga no departamento de serviços, que era formado apenas por homens. Se eu fosse escolhida, seria a primeira mulher a ocupar essa posição na empresa. Esse desafio encantou-me. Considero uma grande conquista poder abrir caminho para outras mulheres e transmitir-lhes confiança. Essa é uma das minhas maiores satisfações.
As políticas de equidade e diversidade da empresa contribuíram para a sua decisão? – Sabia que já havia uma primeira gerente de serviços na Colômbia e constatar o valor que a Getinge dá às mulheres motivou-me. É notório que existe na empresa espaço para o crescimento profissional de mulheres e a consciência de que elas podem tomar parte e ocupar qualquer tipo de posição, existindo igualdade de fato e que ela é importante.
Quais são seus planos para a nova posição? – Continuar a desenvolver as minhas competências e poder dar as boas-vindas a mais engenheiras, além de partilhar as minhas capacitações para apoiar o crescimento da área de serviços e fazer com que mantenha a excelência do trabalho que oferece.
“As mulheres devem correr atrás dos seus sonhos, mesmo em profissões tradicionalmente masculinas”.
Acredita que a contratação de uma mulher nesta área terá impacto positivo para os clientes? – Sim, o fato de contar com mulheres na equipe gera confiança, segurança e mais organização nos processos.
Quais foram seus principais desafios? – Não saber como seria recebida no departamento, porque o setor de serviços envolve trabalho duro, carregar pesos, jornadas prolongadas e muitas viagens. A verdade, porém, é que estou em uma equipa incrível, que me abriu as portas e me deu todas as oportunidades.
Como foi a reação das mulheres da empresa? – Recebi grande apoio delas também. Sentiram-se confiantes de que eu poderia realizar um bom trabalho e na minha visão, consegui demonstrar, nesses poucos meses, que posso realizar qualquer atividade que um engenheiro homem realiza, e que o género não é uma limitação.
Quais são as principais aprendizagens da nova situação? – Trata-se de um departamento que funcionou com equipa 100% masculina durante 12 anos. Então, essa é uma transição de muito crescimento para todos. A equipa terá que aprender a lidar com uma mulher nesta posição e eu estou muito emocionada por verificar que meus temores não se confirmaram. Vejo essa experiência como um grande êxito para mim, para a equipa e para a empresa.
Acredita na contratação de mais mulheres para o departamento? – Tenho esperança de que sim. Pretendo dar tudo de mim, para que meus coordenadores e diretores vejam o quanto podemos agregar ao setor de serviços e procurem contratar mais engenheiras para o departamento. É uma maneira de contribuir para que o lema da Getinge “Paixão pela Vida” continue crescendo.
O que significa para si “Paixão pela Vida”? – Saber que posso contribuir com processos que ajudem a melhorar o diagnóstico, procedimentos e recuperação dos pacientes, salvando vidas, dá-me muita satisfação.
Como vê a relação deste lema com o seu trabalho? – Enquanto engenheiros temos a grande responsabilidade de assegurar que os equipamentos funcionem perfeitamente e que não falharão em algum momento crítico com o paciente. Somos uma ferramenta para melhorar a saúde dos pacientes.
Gostaria de deixar alguma mensagem para as mulheres? – Estou muita grata pela oportunidade de ser parte dessa equipa, dessa empresa e às pessoas que abriram este caminho. É importante que as mulheres lutem sempre pelos seus sonhos e não aceitem que ninguém diga que é difícil ou que não podem fazer. Que continuem também abrindo caminho para outras mulheres, assim como pretendo fazer, para termos futuras engenheiras trabalhando no departamento de serviços.