“A transição digital é um dos maiores desafios que temos pela frente e um dos quatro que o Governo identificou no seu programa, juntamente com as alterações climáticas, o inverno demográfico e o combate às desigualdades”, disse o Primeiro-ministro, António Costa, na sessão de encerramento do 31.º congresso da Associação Portuguesa para a o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que decorreu no auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa.
Segundo o Primeiro-ministro, os desafios das alterações climáticas e da transição digital são os dois principais “motores da recuperação e desenvolvimento económico da Europa”. António Costa considera que o plano de ação para a transição digital – aprovado desde 2020 – “pode ser a mais valia do ponto de vista económico e geoestratégico do nosso País”.
A capacitação é, segundo o primeiro-ministro, uma vantagem importante. “Portugal é, no conjunto da União Europeia, um dos países com o maior número de engenheiros por cem habitantes, só ultrapassado pela Alemanha e pela Áustria, o que traduz a capacidade que o País tem para enfrentar este desafio”, afirmou. Esse processo de capacitação vai continuar nos próximos anos, tendo em vista a readaptação e a requalificação para as novas tarefas digitais.
Outra prioridade passa pelo reforço das infraestruturas. “A meta mais exigente é que, até ao final de 2023, 75% das populações das freguesias de baixa densidade e das regiões autónomas estejam cobertas pela rede 5G. Este desafio é decisivo para a coesão territorial e para gerar novas oportunidades de emprego”, disse.
Uma das áreas-chave, de acordo com o Primeiro-Ministro, é a indústria automóvel. “O impacto na indústria automóvel com o efeito duplo das transições energética e digital é algo difícil neste momento de antecipar, mas que tem de se devidamente antecipado”.
“Por isso, o Estado Português solicitou à Organização Internacional do Trabalho (OIT) um estudo específico sobre o impacto das transições digital e energética na indústria automóvel. É um estudo que está em vias de conclusão e que é importante seguir. É fundamental garantir a coesão social nesta transição”, disse.