Programa de aceleração da Beta-i e Fórum Oceano para a Economia Azul apresentou os desafios que pretende ver resolvidos em 33 portos europeus do Oceano Atlântico. O programa financiado pela União Europeia tem em vista apoiar o desenvolvimento de 50 projetos-piloto inovadores e sustentáveis em portos de vários países, incluindo Portugal.
O programa de aceleração “Atlantic Smart Ports Blue Acceleration Network” (AspBAN), orientado para a inovação relacionada com a Economia Azul, identificou os 147 principais desafios e necessidades de 33 portos europeus do Oceano Atlântico. O AspBAN é um projeto financiado pela União Europeia focado no desenvolvimento de uma plataforma de aceleração dinâmica para os portos atlânticos da UE.
O objetivo do projeto, liderado pela consultora de inovação colaborativa Beta-i e pelo Fórum Oceano, é capacitar os portos atlânticos para operarem como hubs de inovação da Economia Azul e responder aos problemas identificados através de projetos-piloto inovadores que serão desenvolvidos por startups em colaboração como os portos e autoridades portuárias.
Criado em 2021, o Atlantic Smart Ports Blue Acceleration Network teve desde logo como meta identificar as prioridades dos portos europeus e atrair startups com soluções inovadoras para transformar os portos europeus num ponto de convergência do ecossistema para o desenvolvimento de novos negócios e de uma economia azul mais sustentável.
Para isso, dezenas de portos participaram na fase de investigação documental e, agora, partilharam com o consórcio AspBAN os seus desafios e prioridades em matéria de inovação. Entre as prioridades apontadas pelos portos, algumas passam pela urgência em tornar estas infraestruturas mais sustentáveis, através da redução das emissões de carbono e poluição sonora. A melhor gestão do tráfego portuário e uma maior utilização de fontes de energia limpa também estão entre as prioridades identificadas.
“As inúmeras potencialidades do mar e o seu impacto em diversas áreas de atividade fizeram, nos últimos anos, da Economia do Mar um dos setores que mais tem evoluído em Portugal. No entanto, este crescimento revelou também a necessidade de inovar neste ecossistema mais tradicional, tornando-o mais sustentável e competitivo”, explica Ana Pinela, responsável pelo projeto e liderança do Consórcio Internacional.
“É nesse sentido que o AspBAN surgiu e, face aos atuais resultados, está já a construir o primeiro ecossistema de sustentabilidade e inovação no espaço atlântico, bem como a criar uma plataforma pioneira que poderá vir a ser replicada noutras geografias. Os resultados até agora obtidos revelam a importância deste projeto, sendo que foi a primeira vez que tantos portos se juntaram e partilharam os seus desafios”, acrescenta.
A lista dos desafios foi apresentada no decorrer do bootcamp do programa de aceleração com o primeiro grupo de startups. No evento as 40 finalistas, oriundas de 17 países, apresentaram as suas soluções sustentáveis – que respondem aos objetivos do Pacto Ecológico Europeu – aos responsáveis por portos e empresas onde pretendem explorar os pilotos dos seus projetos.
No final do programa, serão escolhidas as startups com maior potencial para implementarem os seus projetos nos portos do Atlântico. Além disso, a iniciativa fornecerá à Comissão Europeia conhecimento sobre a reprodutibilidade e a transferibilidade dos resultados para outras bacias marítimas e outros países da União Europeia.
Além do envolvimento de mais de 40 portos de diferentes regiões do Oceano Atlântico, o consórcio do programa conta com a participação de 12 parceiros europeus e norte-americanos e o apoio de mais de uma centena de parceiros estratégicos provenientes de todo o mundo – empresas privadas, fundos de investimento, aceleradoras, associações empresariais e entidades políticas.
