A “B Lab Portugal” anuncia Laetitia Arrighi de Casanova como sua nova diretora, destacando a importância da rede sem fins lucrativos na transformação da economia global para beneficiar pessoas, comunidades e o planeta. Em entrevista ao Empreendedor, Laetitia destaca a missão da B Lab e os objetivos para Portugal, com o foco na transição para um futuro mais sustentável e equitativo.
Laetitia Arrighi de Casanova foi hoje apresentada como a nova diretora da B Lab Portugal durante um evento em Lisboa. A B Lab é uma organização sem fins lucrativos fundada nos Estados Unidos em 2006, com a missão de utilizar o poder transformador dos negócios para abordar desafios sociais e ambientais globais.
Em entrevista ao Empreendedor, Laetitia explica a missão global da B Lab, que visa transformar a economia global para beneficiar as pessoas, comunidades e o planeta. “O movimento B Lab promete promover uma economia com propósito, focada na sustentabilidade e na responsabilidade social corporativa.”
A missão da “B Lab” é suportada por uma comunidade europeia de “Empresas B Corp”, constituída por uma rede de 1.500 Empresas na Europa e 7.500 a nível mundial. “A B Lab é uma rede sem fins lucrativos, a estrutura de gestão que operacionaliza o movimento B Corp. O movimento B Corp é um movimento global de pessoas que utiliza as empresas como uma força para o bem”, explica Laetitia Arrighi de Casanova.
“Com mais de 100.000 colaboradores B Corps em todo o continente europeu, a comunidade criou um efeito sem precedentes que está a despertar o interesse por uma nova forma de fazer negócios entre empresas de diferentes setores e de diferentes dimensões, e ainda além-fronteiras”, adianta.
Em Portugal, onde a comunidade B Corp está estabelecida há oito anos, conta com uma rede de cerca de 30 empresas, representando quase 3.000 pessoas em mais de 10 setores de atividade. O foco da nova direção é impulsionar mudanças estratégicas nas empresas e acelerar a transição da economia para a sustentabilidade, ao mesmo tempo que reforça o crescimento da organização.
“Os principais objetivos da nossa equipa para os próximos dois anos centram-se no reforço de quatro pilares: Crescimento e envolvimento da comunidade, Comunicação e divulgação, Parcerias e envolvimento das partes interessadas e Interface na certificação, fazendo a ponte entre as equipas de certificação da B Lab Global e as empresas que decidem abraçar este desafio” aponta Laetitia Arrighi de Casanova.
Contribuição para o Movimento Global
Entre as empresas B Corp em Portugal contam-se organizações como a Abreu Advogados, Symington, The Body Shop, Innocent drinks, Too Go To Go, Code for All, Diverge, Go parity, Corverflex e Heden. Além destas são várias PME’s e empresas familiares.
Nesta comunidade de empresas também faz parte a Sair da Casca que, além de membro da comunidade B Corp, integra também a atual equipa consultiva da direção da B Lab. Fundada em 1994 por Nathalie Balan a Sair da Casca foi a primeira consultora em Portugal, 100% dedicada ao desenvolvimento sustentável. Em declarações ao Empreendedor, Nathalie destaca a afinidade da Sair da Casca com o movimento B Corp, enfatizando que as empresas são uma força de mudança em sistemas interdependentes.
“A Sair da Casca nasceu da convicção de que as empresas são dependentes dos seus ecossistemas e o movimento B Corp partilha estas mesmas convicções: as empresas são uma força de mudança e vivem num sistema de relações interdependentes. Foi esta profunda afinidade com o movimento B Corp que levou à nossa certificação e agora a participar neste consórcio.”
“Somos B Corp porque acreditamos que as empresas podem colocar a sua eficiência/eficácia ao serviço do bem comum e das suas partes interessadas. Sem desistir da sua rentabilidade económica”, frisa Nathalie Balan.
O papel da Sair da Casca é semelhante ao papel que cada empresa B Corp pode ter: divulgar o movimento graças através das redes de contactos, introduzir o tema na agenda empresarial e promover a colaboração e sinergias entre os membros da comunidade.
“Queremos incentivar e acompanhar a adaptação e resiliência das empresas no contexto da transição ecológica e energética inclusiva”, conclui Nathalie Balan.