Beta-i assessora Banco Nacional de Angola no desenvolvimento de fintech

Foto de website LISPA

A consultora portuguesa de inovação colaborativa é uma das responsáveis pela gestão da Sandbox Regulatória, pioneira no mercado angolano e aberta a todo o mercado.

Com o objetivo de acelerar a inovação e o desenvolvimento de novos modelos de negócio no sistema financeiro angolano, a consultora portuguesa Beta-i, em conjunto com a incubadora Acelera Angola, juntou-se ao Banco Nacional de Angola (BNA) na criação da primeira Sandbox Regulatória. Este espaço permitirá a startups da área fintech testar os seus produtos e serviços num ambiente real de mercado e ter orientação regulatória para adaptar a sua atuação à legislação atual e/ou promover a criação de novas leis.

O projeto da Sandbox Regulatória surge no âmbito do Laboratório de Inovação do Sistema de Pagamentos Angolano (LISPA), um programa de aceleração e incubação que visa mudar um cenário no qual cerca de 70% da população adulta ainda não tem acesso a serviços da banca no dia-a-dia. A iniciativa é levada a cabo pelo Banco Nacional de Angola, em parceria com o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola e com a gestão executiva da Acelera Angola e da Beta-i.

De forma a estabelecer uma estrutura cada vez mais participativa no setor financeiro, o BNA e as duas entidades do setor empreendedor decidem agora levar o programa mais longe e criar um ambiente regulatório experimental para fintechs, aberto a qualquer entidade ou empresa angolana. A Sandbox prevê quatro vagas de trabalho, cada uma delas composta por 10 projetos selecionados mediante candidatura prévia, que participarão durante oito meses em sessões regulares com dois objetivos centrais: orientação sobre regulamentação e obtenção de licenças, e mentoria para definir uma estratégia de crescimento no mercado.

Segundo Pedro Castro e Silva, Administrador do Banco Nacional de Angola, “tendo em conta a realidade angolana, percebemos que, do ponto de vista de soluções inovadoras, estávamos atrás de outros países africanos. Como tal, definimos dois objetivos claros: aumentar a inclusão financeira, através da tecnologia, e criar emprego, dando espaço aos inovadores para se estabelecerem no mercado. Para isso, percebemos que era também necessário promover uma comunicação aberta e transparente entre o regulador e novos players, de forma a garantir soluções mais seguras para os consumidores. Através de testes e ambientes controlados, a Sandbox surge assim para dar oportunidade a novos projetos de adequarem a sua atuação à legislação existente e avaliar mudanças na regulação, se necessário”.

Além da Sandbox, o LISPA é também composto pela Incubadora Fintech, projeto que está já a apoiar uma primeira turma de 10 fintechs angolanas, através de mentoria para a adequação das suas operações ao mercado real, desenvolvimento da ideia e matching com investidores para a obtenção de financiamento no final do programa.

Eduardo Sette Camara, Head of Acceleration na Beta-i e responsável pelo desenho e implementação das iniciativas no LISPA, explica que “este laboratório é uma iniciativa crucial para o ecossistema e foi estruturado de forma a permitir um acompanhamento e apoio contínuo às startups, tanto em termos de negócio quanto de regulamentação. Durante os 10 meses de incubação as startups têm acesso às equipas e mentores da Beta-i para orientação técnica, minimizando eventuais descompassos entre o desenvolvimento dos negócios e o enquadramento legal. E a Sandbox vem complementar esta estratégia, criando algo efetivamente estruturado e eficaz, ao contrário de iniciativas solitárias.”

Já José Carlos Santos, CEO da Acelera Angola, entende que “o nosso vibrante mas nascente ecossistema está a dar passos consolidados para que mais e melhores ideias possam emergir, através da criatividade, com surgimento de soluções que permitem o mercado receber cada vez mais qualidade, inovação e difusão de novas startups que tem vindo a demonstrar que o empreendedorismo nacional pode ter um impacto imediato e real. Ainda não alcançamos toda excelência e dimensão almejada, mas mais serviços e produtos são lançados em Angola em espírito de crescimento e colaboração efetiva.”

Além de Angola, a Beta-i tem vindo a gerir vários programas enquanto consultora de inovação colaborativa na área de fintech em diferentes geografias. Ao longo dos últimos cinco anos, não só apoiou startups early stage através de programas de aceleração, como desenvolveu projetos de inovação colaborativa entre grandes organizações e startups internacionais, tendo gerado mais de 400 conexões com empreendedores digitais da área e o desenvolvimento de mais de 30 pilotos.

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