BLOWit – Soprar para saber se pode conduzir

A ideia surgiu quando o João Miranda, numas férias de Verão no Algarve, foi o ‘felizardo’ escolhido pelo seu grupo de amigos para levar o carro, de volta a casa, ‘porque todos pensavam que era ele que estava em melhores condições’. Foi apanhado com excesso de álcool e ficou sem carta durante 3 meses. ‘Eramos colegas de licenciatura no ISCTE, na altura no primeiro ano. Quando nos voltámos a encontrar, depois das férias, o João falou-me sobre o assunto, e já tinha uma ideia em mente: na altura queria colocar equipas de promotoras, com máquinas portáteis, em bares e discotecas’, recordou Martim Camacho.

A ideia de escalar o projeto levou-os a desistir das equipas e a pensar em desenvolver máquinas automáticas, que pudessem impulsionar a ideia a nível internacional e aumentar o número de locais onde poderiam estar presentes. Depois da fase de afinação do conceito, os dois empreendedores estão agora na fase de prototipagem estrutural e de acoplação de outros serviços. ‘Desde a primeira ideia até a data de hoje já passaram 4 anos. Estamos há 2 em prototipagem, e já temos uma estrutura final para iniciarmos a produção a partir de Fevereiro’, explica Martim Camacho, fundador da ‘ BLOWit’.

‘Em Portugal temos taxas de mortalidade relacionadas com condução sob efeito de álcool elevadíssimas. Em 2014, em 400 mortes na estrada, 30% estavam relacionadas com álcool, fora os acidentes ligeiros, graves e muito graves. Nós temos um plano nacional para instalar 100 máquinas até final de 2017, se conseguirmos influenciar pelo menos um condutor, acredito que começamos a dar o nosso contributo para a sociedade’, diz Martim.

Os impulsionadores da ‘BLOWit’ reconhecem que existem conceitos semelhantes, alguns que trabalham com equipas de promotoras com máquinas portáteis, como era o projeto inicial. ‘Esse é um dos nossos segmentos, mas não faz parte dos nossos objetivos nesta fase’, explica Martim Camacho. ‘Nós diferenciamo-nos dos concorrentes porque, em primeiro lugar somos tech related, e depois por querermos abordar o mercado com parcerias com marcas de álcool que, por serem os principais responsáveis por este fenómeno, são os mais interessados’.

Para a fase de arranque, a ‘BLOWit’ conta com suporte financeiro dos fundadores e parceiros que se juntaram ao projeto. ‘Temos alguns valores investidos, direta e indiretamente, nos nossos equipamentos mas, para a prototipagem e tecnologia, tivemos contacto com uma empresa especialista na área que começou por nos dar apoio e hoje são nossos sócios’, sublinha Martim Camacho, que, conjuntamente com João Miranda fundou a ‘BLOWit’.

‘Eu vejo o empreendedorismo mais como uma forma de mudar as vidas dos outros normalmente para melhor, do que propriamente as nossas. É claro que está sempre inerente o resultado financeiro por trás, que é aliás um dos principais indicadores de sucesso. Se as pessoas não compram é porque não precisam ou não gostam. Empreender para mim é ver o impacto que o uno pode ter no todo’, sintetiza Martim Camacho.

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