Bruno Abreu: “Concurso Acredita Portugal foi fundamental para definir estratégias e arranjar parcerias”

Bruno Abreu da Scubic
Foto de Scubic

Scubic é uma plataforma inteligente para a gestão, em tempo real, de redes de abastecimento de água. O projeto liderado por Bruno Abreu foi um dos vencedores da edição de 2019 do concurso Montepio Acredita Portugal. Através dele é possível otimizar os gastos operacionais das empresas de abastecimento de água, permitindo reduções na fatura energética.

Compõem a equipa do Scubic, além de Bruno Abreu (CEO), também Miguel Oliveira (Operações), Gil Campos (CTO), Ana Reis (Project manager). André Antunes (Data scientist) e Pedro Matos (developer). Em comum têm a Universidade de Aveiro, onde se conheceram durante o desenvolvimento de projetos de investigação e na elaboração de teses de Mestrado. Mas foi na fase de Doutoramento que surgiu a ideia de desenvolver uma plataforma analítica orientada para a gestão de redes de água. “Já trabalhávamos em otimização de processos mas nunca tínhamos desenvolvido uma ferramenta como o Scubic” diz Bruno Abreu.

“As redes de abastecimento de água são sistemas que consomem muita energia elétrica para funcionar. Contudo, a sua gestão é complexa, porque depende de vários fatores externos, como o clima, tornando a sua operacionalização problemática” explica Bruno Abreu. “Com o Scubic desenvolvemos uma plataforma que permite às empresas gestoras de água, prever os consumos futuros, otimizando o consumo de energia e aumentando a segurança operacional da rede.”

Foi esta ideia que os levou a vencer o “Prémio H2O Inovação”, da IX edição do Concurso Acredita Portugal. “É o único programa em Portugal com uma vertente direcionada para os problemas de redes de água”, frisa Bruno Abreu. “Também, o facto de ser um concurso já com alguns anos e uma boa exposição mediática” contribuiu para a aposta na candidatura.

Um ano depois, Bruno Abreu faz um balanço positivo: “Conseguimos algumas reuniões com futuros clientes e possíveis parceiros de negócio”. Agora a meta é “consolidar e validar o modelo de negócio e arranjar mais clientes.”

O networking, a exposição mediática e a possibilidade de uma interação direta com possíveis investidores são vantagens que a equipa da Scubic encontrou no concurso. A qualidade da formação é outro ponto destacado por Bruno Abreu: “É muito bom, quer em termos dos workshops e palestras. Somente acho que o programa devia ser dividido em dois (Norte e Sul de Portugal), pois os concorrentes são equipas pequenas e sem financiamento, o que torna difícil conseguir arranjar os recursos para as deslocações semanais a Lisboa. Isso faz com que muitas desistam.”

“Para quem está a começar, este tipo de programa é fundamental para definir estratégias, arranjar parcerias, definir o plano de negócios e aprender, junto de mentores com experiência, o feedback necessário para alavancar o projeto”, sublinha Bruno Abreu.

“É um programa intensivo e com bastante trabalho associado, logo requer bastante disponibilidade por parte dos empreendedores”. O empenho dos participantes valoriza o investimento, até porque “acaba por ficar bastante caro para quem não é de Lisboa”, destaca fundador da Scubic, lembrando que “também convém já ter as ideias parcialmente trabalhadas, pois a concorrência é grande”.

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