Business Angels portugueses investem 13 milhões de euros em early stage

Imagem de Tumisu por Pixabay

Relatório anual da Associação Portuguesa de Business Angels dá conta de uma expressiva evolução ascendente dos investimentos em early stage, FinTech, Serviços de Cuidados de Saúde e Indústria/Energia lideram.

Em 2019, os mais de 150 associados da Associação Portuguesa de Business Angels (APBA) investiram cumulativamente para cima de 13,3 milhões de euros – mais do dobro que em 2018 – evidenciando a consolidação do investimento em early stage em Portugal. Os valores revelados no seu relatório anual dão conta de uma expressiva evolução ascendente do investimento em early stage no universo do empreendedorismo privado em Portugal face ao período homólogo.

O montante investido foi repartido por 28 projetos, mais de metade ligados à economia digital, com destaque para os setores de FinTech (18%), Serviços de Cuidados de Saúde (14%) e Indústria/Energia (11%), o que reflete a sua maturidade e a própria sofisticação da inovação no panorama nacional. Em termos genéricos, o maior investimento reportado alcançou os 4,3milhões de euros e o menor foi de cerca de 39.500 euros, encontrando-se o investimento médio na casa do meio milhão de euros.

“2019 foi um ano extremamente promissor para o ecossistema empreendedor português. Os dados demonstram um percurso de afirmação, para o qual foi determinante a profissionalização dos investidores privados. Este crescimento notável tem-se traduzido na entrada de smart money em diversos setores inovadores da economia, também lado a lado com o Estado, designadamente através da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), que gere os fundos de coinvestimento com business angels e fundos de capital de risco”, sublinha João Trigo da Roza, presidente da APBA.

Contudo, 2020 parece ter trazido uma inversão da tendência. A este respeito, João Trigo da Roza avança que “atendendo à conjuntura atual, importa agora garantir que conseguimos fazer frente aos desafios que se avizinham e dar lugar a novas oportunidades. Por um lado, é necessário assegurar que as startups têm liquidez para prosseguirem com a sua atividade e que existem canais de apoio direcionados; e, por outro, há que criar incentivos para gerar confiança por parte dos investidores e estimular a manutenção dos níveis de investimento. Só uma ação coordenada permitirá mitigar com sucesso o impacto desta crise, emitindo sinais positivos para startups e investidores.”

Recentemente a APBA, em conjunto com a FNABA (Federação Portuguesa de Associações de Business Angels), enviou ao Governo uma proposta, subscrita também por vários outros investidores early stage nacionais, que inclui medidas de foro imediato e de médio prazo, nos âmbitos do financiamento e da política fiscal, visando uma articulação de parte a parte no suporte ao ecossistema empreendedor português.

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