Cadeia de Abastecimento Gera 26 Vezes Mais Emissões de CO2 que Operações

Cadeia de abastecimento representa a maior parte das emissões de CO2 das empresas, segundo estudo da BCG.

Ilustração de Freepik

As emissões de CO2 provenientes da cadeia de abastecimento das empresas superam em 26 vezes as emissões operacionais, segundo um estudo da Boston Consulting Group (BCG). Apesar da gravidade, apenas 15% das empresas estabeleceram metas concretas para reduzir essas emissões.

Um estudo recente da BCG, em parceria com o Carbon Disclosure Project (CDP), revelou que as emissões de carbono originadas na cadeia de abastecimento (emissões de âmbito 3) das empresas foram, em média, 26 vezes superiores às emissões diretas e operacionais (âmbitos 1 e 2) em 2023. O setor industrial, o retalho e os materiais são os mais afetados, com uma pegada ambiental que representa um passivo de mais de 335 mil milhões de dólares.

Apesar de representarem a maior parte dos gases poluentes emitidos pelas empresas, apenas 15% das organizações que reportam ao CDP definiram metas concretas para mitigar as emissões da cadeia de abastecimento. A probabilidade de as empresas definirem e quantificarem metas para as emissões operacionais é 2 a 2,4 vezes maior do que para as de âmbito 3, o que evidencia uma lacuna significativa na gestão dos impactos ambientais.

Carlos Elavai, Managing Director e Partner da BCG em Lisboa, destaca que “a maioria das empresas não desenvolveu estratégias robustas para mitigar as emissões da cadeia de abastecimento, apesar de estas representarem a maior parte das suas emissões totais”. Para uma ação eficaz, Elavai sublinha a necessidade de as empresas avaliarem toda a cadeia de abastecimento e colaborarem com os seus fornecedores para implementar iniciativas realistas e eficientes.

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O estudo também aponta três fatores chave para que as empresas possam reduzir eficazmente as emissões da cadeia de abastecimento:

  1. Implementação de um comité dedicado ao clima: As empresas que instituem um comité climático têm uma probabilidade cinco vezes maior de definir metas para as emissões de âmbito 3.
  2. Envolvimento dos fornecedores: Empresas que envolvem os seus fornecedores em questões ambientais têm sete vezes mais probabilidade de estabelecer metas concretas para a redução de emissões de âmbito 3.
  3. Definição de preços internos de carbono: Organizações que adotam esta prática têm quatro vezes mais probabilidade de ter planos de mitigação bem estruturados e alinhados com as metas globais de descarbonização.

A adoção dessas estratégias é crucial para as empresas que desejam gerir eficazmente os seus impactos ambientais, ganhando ao mesmo tempo vantagens competitivas e contribuindo para as metas globais de neutralidade carbónica.

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