Marcas pessoais humanizadas e admiráveis têm uma característica em comum: a generosidade. Por mais sucesso que tenham, consequência de muito trabalho, foco e paixão pela atividade que escolheram, são pessoas que mesmo com a agenda lotada de compromissos conseguem tempo para conectarem-se com outras pessoas.
Carlos Ferreirinha é referência na América Latina quando o assunto é luxo. Ele é a alma da MCF Consultoria, especializada na gestão do luxo, e sócio da Bento Store, empresa voltada ao mobile food que reinventou o conceito de marmitas, Como ele mesmo diz, a oportunidade profissional que teve como Executivo da EDS – Electronic Data System por 8 anos e outros 7 como Executivo da Louis Vuitton – foi presidente da LVMH no Brasil e diretor da Divisão de Moda para a América Latina – foram decisivos em sua carreira e abriram as portas para que ele se tornasse um profissional único no mercado.
Ferreirinha provou o quanto a força de trabalho é um dos seus pontos fortes. Há quase um mês vínhamos a negociar a entrevista que começou pontualmente às 8h30 de uma quarta-feira, final de dezembro. Pontualidade e gentileza também são características de marcas pessoais desejáveis.
Personal Branding
O consultor e empresário nunca desenvolveu o personal branding de forma consciente. Seu excelente posicionamento como marca pessoal em nível mundial firmou-se ao longo da sua trajetória. “Percebi a necessidade de estar posicionado a oferecer o meu diferencial, pautado pelo meu conhecimento e por histórias reais.”, diz.
Há quatro anos, por meio de um trabalho que iniciou com a Boutique dos Relógios, de Portugal, que Ferreirinha atravessou o Atlântico e firmou sua marca também no continente Europeu. Hoje faz parte do grupo de profissionais em formações ligadas ao luxo e ao turismo de luxo em Portugal.
Ciente da diferença que faz em termos de competitividade, Ferreirinha define-se como um consultor de gestão aplicada. “Não sou um consultor académico, teórico. Ofereço a expertise, o conhecimento prático e a pluralidade da minha experiência de mercado. Isso me torna único”.
E o chamado pós-luxo?
“Este é um conceito que me deixa incomodado”, diz. Isso porque, para ele, é mais um conceito inventado pelo marketing para definir o que não é luxo. Anos de experiência traduzem o cuidado no posicionamento pessoal com as palavras. Ao definir, a meu pedido, o conceito de luxo, fala como alma da MCF e não como Carlos: “Luxo é o patamar máximo da excelência. É o estado da arte do que é feito com diferenciação e apuro”.
Sobre a perspectiva do mercado do luxo no Brasil em 2018, Ferreirinha é otimista: “A situação foi complicada nos últimos dois anos, mas acredito que o próximo ano comece a apresentar sinais de melhora.” Ele exemplifica que Louis Vuitton, Bottega Veneta e Gucci apresentaram resultados positivos neste ano, consequência dos valores como resiliência e reinvenção que as marcas tradicionais têm.