A Casa do Impacto tem 500 mil euros por ano para apoiar ideias de negócio nas fases de pré-seed e seed de startups que respondam a desafios sociais e ambientais. O fundo filantrópico da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vem permitir aos empreendedores, na fase inicial do seu projeto, o acesso ao investimento necessário para darem o primeiro passo e testarem o seu modelo de negócio. As candidaturas ao +Plus decorrem até 30 de abril, no site da Casa do Impacto.
O fundo filantrópico +Plus pretende estimular o ecossistema de empreendedorismo social e conta com uma verba de 500 mil euros por ano para possibilitar o teste de novas ideias com potencial de impacto social e ambiental (projetos em fase pré-seed ou testing), bem como para o desenvolvimento de organizações sustentáveis, com ideias inovadoras e com resultados comprovados (projetos em fase seed ou early stage).
“Na Casa do Impacto começámos com o que achamos prioritário: criar um ecossistema de impacto e estimular a existência de novos players, através da capacitação dos empreendedores para a tração dos projetos. Agora, o ecossistema já está num ponto de maturidade tal que nos permite lançar este fundo para possibilitar a criação de mais negócios e dar escala aos que já existem.” diz Inês Sequeira, Diretora da Casa do Impacto.
Os apoios, financeiros ou não, serão concedidos à medida de cada ideia ou projeto e consequente tangibilidade das metas definidas, numa lógica de pay-for-results. “Queremos assumir o verdadeiro significado da “responsabilidade social” e, por acreditarmos nos projetos, queremos acompanhá-los de perto e traçar em conjunto o percurso do negócio numa lógica de corresponsabilização com os empreendedores, assumindo também o risco”, refere.
Numa primeira fase, o fundo é apenas dinamizado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, através da Casa do Impacto, mas no futuro estará aberto a outros investidores e parceiros estratégicos de negócios que nele pretendam investir. “Partimos do princípio de que ainda estamos a construir um novo ecossistema e, por isso, não podemos ser rígidos ao ponto de definir já o futuro”, esclarece Inês Sequeira.
A Casa do Impacto, polo de empreendedorismo social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tem como objetivo promover e apoiar negócios que desenvolvam soluções sustentáveis e com impacto positivo na sociedade (com base nos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da ONU). Para isso tem vindo a desenvolver inúmeros mecanismos de apoio ao empreendedor social, como o concurso Santa Casa Challenge (que premeia a inovação digital social) e o RISE for Impact (programa de aceleração para projetos em fase de validação de ideia), para além da incubação, workshops, formações e acompanhamento personalizado aos seus residentes.
Como funciona?
As candidaturas ao +Plus são feitas através de um formulário online disponível no website da Casa do Impacto, entre 20 de fevereiro e 30 de abril. Podem candidatar-se pessoas ou entidades coletivas de qualquer parte do mundo, desde que a implementação da ideia ou negócio seja em território nacional, sem prejuízo de internacionalização numa fase mais avançada.
Terminado o prazo de candidaturas, são verificados os requisitos formais até ao limite máximo de 10 dias a contar da data de encerramento de candidaturas. Depois serão remetidas à Equipa de direção, dirigida por Inês Sequeira, Diretora da Casa do Impacto e do Departamento de Empreendedorismo e Economia Social da SCML, composta também pela unidade de Investimento Social do mesmo departamento da SCML e por um júri designado que poderá solicitar entrevistas presenciais e a presença em sessões de pitch para seleção dos projetos.
Quais são os critérios?
Os critérios de seleção têm por base o perfil do(s) candidato(s), a inovação do projeto, a exequibilidade do modelo de negócio e os resultados e contributos previsto para a resolução do desafio social em causa (o impacto positivo na sociedade). Posteriormente, será ainda avaliado o empenho e envolvimento do(s) candidato(s) na entrevista e eventos, a capacidade de integração de feedback e cumprimento de metas estabelecidas.
Como vai ser distribuído o investimento?
Na vertente testing, as ideias ainda não iniciadas deverão contar com o início de implementação no prazo máximo de 1 ano, a contar da data da atribuição do financiamento. Aqui será atribuído investimento até ao valor de 20.000,00 €. Na vertente de early stage os projetos devem ter até 3 anos. Neste caso, a doação ou bolsa será no valor máximo de 100.000,00 €. Cabe à Equipa de direção e júri a decisão de atribuição de financiamento e montante, decisão que é depois remetida a Conselho Consultivo, composto pelos parceiros estratégicos do +Plus: o Continente, a Sociedade de Advogados Vieira de Almeida, a Danone e a Fidelidade.
Todos os candidatos terão acesso ao resultado da deliberação no prazo máximo de 90 dias, a partir dos quais contam-se 45 dias para a contratualização com os projetos selecionados.
As candidaturas elegíveis e selecionadas recebem apoio durante 3 anos, ao que acresce um período de seis meses caso se verifique um eventual atraso na conclusão das operações e no cumprimento do plano de investimento.
Dada a corresponsabilização do +Plus, será definido um plano de pay-for-results, que significa que o(a) promotor(a) cuja candidatura seja aprovada para financiamento deverá cumprir metas estabelecidas para as diferentes fases de execução, às quais estarão associadas tranches do financiamento.