A CENTURY 21 Portugal registou resultados notáveis em 2024, com 25.927 transações imobiliárias realizadas, das quais 20.653 correspondem a vendas e 5.274 a arrendamentos. Este desempenho reflete um crescimento de 18% no volume de negócios, que atingiu os 4,3 mil milhões de euros, e uma subida de 31% na faturação, totalizando 116,8 milhões de euros face aos 89,4 milhões alcançados em 2023.
O crescimento foi particularmente evidente no segundo semestre do ano, impulsionado por uma maior acessibilidade ao crédito, alterações regulatórias e a descida das taxas de juro. No último trimestre, a rede registou um recorde de transações, com 6.523 vendas e 1.399 arrendamentos, refletindo uma dinâmica positiva que ganhou força a partir do verão.
Embora o preço médio de venda tenha aumentado ligeiramente (1%) para 206.858 euros, a CENTURY 21 Portugal conseguiu manter os valores alinhados com as necessidades do mercado, focando-se em soluções habitacionais acessíveis ao poder de compra das famílias portuguesas. Este equilíbrio contrasta com os dados gerais do Instituto Nacional de Estatística (INE), que registaram aumentos superiores a 10% no preço médio das habitações, sobretudo fora das grandes cidades.
Interesse internacional e atratividade de Portugal
Em 2024, Portugal consolidou-se como destino atrativo para investidores internacionais. Os Estados Unidos lideraram como principal mercado estrangeiro, registando um crescimento de 110% no volume de procura. O Reino Unido e a Alemanha também se destacaram, com aumentos de 136,32% e 200,39%, respetivamente. Outros mercados, como a Índia, Noruega, França e Itália, contribuíram para reforçar a presença de investidores estrangeiros.
Ricardo Sousa, CEO da CENTURY 21 Portugal, sublinha que o forte interesse internacional é reflexo da confiança dos investidores no mercado português. “O dinamismo do mercado internacional, aliado à recuperação da economia e a políticas de maior acessibilidade ao crédito, tem sustentado o crescimento do setor imobiliário em Portugal, apesar dos desafios no mercado de arrendamento.”
Arrendamento e desafios do setor
No segmento do arrendamento, a pressão sobre os preços manteve-se elevada, com o valor médio mensal a aumentar de 1.182 euros em 2023 para 1.506 euros em 2024. Este crescimento é impulsionado pela falta de incentivos para proprietários colocarem imóveis no mercado e pela ausência de políticas eficazes para promover soluções como o built-to-rent.
Ricardo Sousa alerta para a necessidade de políticas regulatórias estáveis que fomentem a oferta habitacional e promovam soluções que atendam às necessidades das famílias. “É urgente implementar medidas que estimulem o mercado de arrendamento, de forma a travar a escalada de preços e a melhorar o acesso à habitação.”
Com a expectativa de um mercado laboral dinâmico e a continuação da descida das taxas de juro, o setor imobiliário deverá manter a sua recuperação em 2025. No entanto, o equilíbrio entre oferta e procura exigirá soluções inovadoras, maior planeamento urbanístico e a modernização dos códigos de construção, adaptando-os às novas tecnologias e preferências dos consumidores.