Cheres: a startup que já é um sucesso antes mesmo do lançamento

Fundadores da Cheres

A Cheres, plataforma social de investimentos, ainda não lançou oficialmente a sua aplicação mas já tem uma waiting list de 12 mil pessoas e uma ronda de financiamento seed fechada apenas cinco meses depois da sua fundação.

Criada por António Andrade, Kathleen Garcia-Manjarres e Shahriar Kabir durante os meses de confinamento, a Cheres internacionalizou-se de imediato, ao conseguir entrar na mais prestigiada aceleradora do mundo, a Techstars de Los Angeles.

Dos três fundadores da Cheres, António Andrade representa a “costela” portuguesa da startup luso-americana. Formado em Engenharia no Instituto Superior Técnico, António fez investigação em inteligência artificial na École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), na Suíça.

Foi este percurso académico pouco linear que o levou a trabalhar em vários países do mundo e onde acabou por conhecer os restantes membros da equipa. Durante os meses de confinamento, os três criaram um grupo para conversar sobre investimentos e rapidamente perceberam que havia uma grande vontade por parte da comunidade de poder participar.

Começaram por desenvolver um chatbot para automatizar a partilha de investimentos e fazê-los chegar instantaneamente a todos os membros do grupo e, a semente que plantaram, em poucos dias deu origem a uma comunidade de mais de 500 membros em todos os cantos do mundo.

O sucesso da iniciativa levou-os a candidatarem-se ao acelerador Techstars, nos Estados Unidos, com o conceito de uma plataforma social de investimentos financeiros que agrega todos os investimentos e investidores num só espaço virtual. Um mês depois, em julho de 2021, tinham sido aceites pela primeira aceleradora do mundo, de entre mais de mil candidatos e com uma taxa de aceitação de menos de 1%.

“Aconteceu tudo muito rápido com a Cheres, em maio percebemos o potencial do produto, em julho deixámos para trás os nossos empregos certos e voamos de Singapura, Nova Iorque e São Francisco rumo a Los Angeles para participar no Techstars, onde passámos da ideia à app em três semanas e, dois meses depois, fechamos uma ronda seed”, resume António Andrade, cofundador da Cheres.

António Andrade, cofundador da Cheres

“Hoje, poucos meses depois e apenas com sete meses de vida, a Cheres tem integração e conexão com os maiores 500 bancos tradicionais e de investimento da América do Norte e do Canadá, com todas as Wallets Ethereum e com a Coinbase, Kraken e Crypto. O próximo passo é o lançamento público, em março deste ano” sublinha António.

Com efeito, apesar do rápido crescimento, a Cheres ainda está numa fase de pré-lançamento, disponível apenas nos Estados Unidos da América. O arranque oficial permitirá a entrada dos 12 mil utilizadores que atualmente estão em lista de espera e os fundadores esperam chegar aos 100 mil utilizadores, até ao final do ano, e marcar presença em todos os países do mundo.

“A missão da Cheres é fornecer novos instrumentos e um ecossistema para ajudar todos a crescer na sua viagem financeira, unindo o mundo dos ativos tradicionais e alternativos através da cultura e da tecnologia e despertar a paixão por investimento financeiro”, explica António Andrade.

Atualmente, a Cheres conta com uma comunidade de 10 mil inscritos e chega a mais de 3 milhões de pessoas através de parcerias com universidades em todo o mundo e parcerias com comunidades como de empoderamento feminino para a literacia financeira das mulheres, entre outras – um dos objetivos a longo termo da startup luso-americana. Porém, até ao lançamento da app para IOS, que deverá ocorrer em março deste ano, a startup apenas pode operar com contas bancárias sediadas nos EUA e Canadá.

“O nosso foco para 2022 é que os especialistas em investimento tenham um canal aberto para a sua audiência, numa única plataforma all-in-one, com ferramentas de gestão da comunidade, likes, comentários e tudo o que já existe numa rede social para potenciar engagement. No futuro, o objetivo é que se possa transacionar através de qualquer conta de investimento no mundo sem sair da app da Cheres” conclui António.

As ambições para o futuro passam por fazer crescer a equipa de 3 para 7 pessoas, sendo que a startup já tem em aberto algumas posições em regime remoto.

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