Como as PropTech estão a mudar o mercado imobiliário

PropTech marcam futuro do imobiliário
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Durante anos, o setor imobiliário ficou à margem dos avanços tecnológicos. Só em 2015 quando se deu o boom no setor – com um investimento global em torno dos 1.7 mil milhões de dólares – impulsionado pelas startups de imobiliário digital é que o termo PropTech veio para ficar, e revolucionar o mercado.

PropTech é a abreviação pde Real Estate Technology ou Property Technology, atribuída a empresas que fazem uso da tecnologia no mercado imobiliário, de forma a tornar as respetivas transações mais eficientes. Este é um mercado que emergiu na década de 2000, mas que só 15 anos depois se tornou uma tendência.

Entre 2008 e 2017, o número de PropTech subiu de 176 para 1.274 a nível global, correspondendo a uma subida de 31.3 mil milhões de dólares, de acordo com dados da revista Forbes, e alçando o investimento global, em 2015, para cerca de 1.7 mil milhões de dólares, representando um aumento de mais 821% do que em 2011, segundo um estudo realizado pela agência CB Insights.

2018 registou um fundo capital de risco de 660 milhões de dólares apenas para este mercado, segundo as mesmas estatísticas. De igual forma, as PropTechs também têm vindo a atrair um grande número de investidores, com 46% dispostos a investir em startups ainda em fase inicial e 75% a financiar e a realizar investimentos de Séries A – atualmente, o número tem vindo a diminuir mas com maiores investimentos.

As PropTech apontam o futuro do funcionamento do setor imobiliário

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A Inovação tecnológica no setor Imobiliário

A “tecnologia de imobiliário” já deu origem a várias empresas de sucesso, que ganharam destaque ao aplicarem um leque de inovações tech a tarefas diárias, tais como: 

Realidade Virtual

Quem vende e procura casa pode, cada vez mais, disfrutar de uma experiência end-to-end a partir do conforto das suas casas. As startups PropTech permitem uma poupança de tempo ao eliminar na fase inicial do processo as tradicionais –  e por vezes intermináveis – visitas físicas, substituindo as mesmas por cómodas visitas virtuais.

De igual forma, a tecnologia também se tem revelado bastante útil para estágios embrionários, tais como casas ainda em projeto ou em renovação, ao proporcionarem ao cliente uma experiência emergente e sensorial em realidade virtual de qual será o resultado final.

Automatização

É uma característica do senso-comum, associarmos a uma transação imobiliária um volume significativo de papelada. Porém, esta é uma barreira que empresas PropTech têm vindo a quebrar. Não só pela informatização de grande parte do processo, como também pela transparência durante o mesmo, apoiando e informando quem não está por dentro do assunto. A venda de uma casa da forma tradicional deixa, por vezes, os intervenientes em total desconhecimento do que está a ocorrer com o seu imóvel.

Outra vantagem é o facto do software das PropTech estar em constante atualização, garantido que toda a documentação adjacente ao processo está correta e em conformidade com a lei em vigor. Do mesmo modo, também o proprietário é avisado dos seus próximos passos. Por exemplo, se um certificado está perto de expirar, o sistema envia um alerta para a pessoa responsável pela sua renovação.

Desta forma, a automatização de tarefas administrativas neste registo de trabalho, liberta mais tempo para uma vertente crucial em qualquer negócio: a excelência no serviço prestado. Como comenta Albert Bosch, CEO e fundador da Housefy, que opera no ramo do Imobiliário Digital: “uma das nossas principais tarefas é criar ferramentas que permitam ao nosso cliente ver e acompanhar todo o processo de uma forma mais transparente, simples e em tempo real.”

Através da plataforma, o cliente vendedor tem acesso a todos os dados estatísticos dos portais imobiliários onde a sua casa está inserida, a todos os interessados, ao preço de mercado ideal para o seu imóvel, bem como às ofertas que vão surgindo, entre muitas outras funcionalidades.

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Big Data e Inteligência Artificial

As PropTech assumem a forma de uma plataforma ou app, que utiliza um algoritmo para definir o preço concreto para que a casa seja vendida num determinado período de tempo – que no caso da Housefy é de 60 dias.

Este algoritmo lê e compara em segundos a base de dados do cadastro português, a informação de todos os imóveis disponíveis nos portais de imobiliário, assim como os dados internos sobre o mercado português. Após a compilação destes elementos, uma equipa de peritos analisa os resultados de forma a apresentar o preço indicado para a venda da propriedade em questão. “O nosso maior investimento é aplicado na formação de uma boa equipa de programadores internos,” explica Bosch.

Tecnologia Blockchain

À semelhança do termo “PropTech,” também a palavra “blockchain” é uma tecnologia ainda por explorar. Esta ferramenta, inicialmente associada à Bitcoin, tem vindo a ganhar utilidade e um enorme potencial em vários mercados. No caso do setor imobiliário, o uso das criptomoedas pode simplificar a forma como as transações se realizam, já que eliminam muitos dos intermediários.

Em traços gerais, a blockchain permite que cada indivíduo envolvido numa transação monetária tenha acesso a uma cópia da base de dados utilizada durante todo o processo. A principal vantagem é que a mesma está em constante atualização, aumentando a transparência e confiança nesta tecnologia. Desta forma, acordos, contratos, acesso a contas, entre outras informações relevantes da transação, estariam igualmente acessíveis para todas as partes envolvidas em tempo real.

“As PropTech representam um nicho de mercado que se está a tornar cada vez mais sólido e experiente. Acredito que daqui a uma década ou duas, este seja o funcionamento do setor imobiliário,” sublinha Albert Bosch.

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