Comportamento: Trabalho remoto agrava risco de “funcionário fantasma”

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A fadiga da pandemia, a situação geopolítica tensa e o aumento do esgotamento profissional podem levar os funcionários a ignorar seus empregadores, oua desaparecer completamente. Um fenómeno comportamental conhecido como “ghosting”.

Neste artigo conheça os sinais de que um funcionário pode transformar-se em “fantasma” no seu trabalhocomo maior hostilidade em relação ao empregador e desaparecimentos casuais por curtos períodos.

Uma pesquisa realizada no último ano mostra que cerca de 28% dos funcionários admitem ter ignorado seu empregador algumas vezes, no decurso de 2021, em comparação com 19% em 2020. As razões para o crescimento dos números variam desde a escassez de talentos no mercado até ao estado emocional devido à pandemia e à guerra na Ucrânia.

Embora o “ghosting” – um corte completo de toda a comunicação sem qualquer explicação – ocorra em vários tipos de relacionamentos, a situação pode ser especialmente preocupante para os empregadores com equipas remotas, que podem achar mais difícil entender o estado mental do funcionário.

“Muitas pessoas sofrem de esgotamento profissional ou fadiga pós-pandemia, que comprometem a motivação no trabalho e podem levar a casos de ghosting em algum momento”, disse Diana Blažaitienė, fundadora da Soprana Personnel International, uma agência de soluções de recrutamento e trabalho temporário. “Os novos contratados também podem sentir que não têm confiança para lidar com a carga de tarefas e sentir medo do fracasso, portanto, podem ver o desaparecimento do trabalho como uma maneira de resolver esses problemas.”

“ghosting é um corte completo de toda comunicação, sem qualquer explicação”

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Sinais reveladores que o seu funcionário está em risco de desaparecer

Entre os vários sinais reveladores de que o funcionário está prestes a sair do local de trabalho estão:

Aumento da insatisfação em um ambiente profissional

Ao longo dos anos de trabalho com equipas remotas, Blažaitienė notou que os funcionários podem ignorar o empregador quando começam a mostrar menor motivação com as tarefas em mãos, falta de vontade de se envolver em comunicação, reclusão ou apatia em relação ao futuro com a empresa.

“Quando uma pessoa começa a demonstrar insatisfação óbvia com seu trabalho ou colegas, isso pode ser um sinal de que ela não sente mais uma conexão com o empregador ou o local de trabalho e experimenta um bloqueio mental em sua vida profissional”, disse Blažaitienė.

Nesse caso, a especialista recomenda que os empregadores reservem um tempo para observar o humor e o estado mental de seus funcionários, como eles lidam com eventos stressantes e se estão mais apáticos ou agitados. O empregador também deve manter conversas individuais regulares ou até mesmo oferecer apoio de um especialista nestes casos, se houver.

Funcionário remoto perde o contacto inesperadamente

Blažaitienė conta que teve um caso semelhante em primeira mão com funcionários fantasma. Após um ano a trabalhar na empresa, em regime de contrato, o coordenador de projetos desapareceu repentinamente. Durante um mês inteiro, não foi possível entrar em contato com ele ou seus familiares e, portanto, o contrato de trabalho acabou por ser rescindido. Porém, depois de um tempo, o ex-funcionário entrou em contato com ela, afirmando que tivera um colapso emocional que levou ao seu desaparecimento.

Na foto: Diana Blažaitienė, fundadora da Soprana Personnel International (Foto de Kristina Malinauskienė)

“Essa experiência abalou-me muito e obrigou-me a reavaliar todos os processos de contratação. Por um lado, entendi a necessidade de verificar as referências do ex-empregador e pedir ao candidato que forneça vários contatos que possam recomendá-lo”, acrescentou Blažaitienė. “Se a empresa opera remotamente, é fundamental fazer check-ups regulares por meio de videochamadas, pelo menos várias vezes por semana, para estar atualizado em relação à carga de trabalho e ter uma boa noção sobre possíveis mudanças de humor na equipa.”

Depois desta experiência pessoal, Diana Blažaitienė aconselha os empregadores a levarem a sério a ausência repentina de um funcionário – mesmo por apenas um dia – e tentar contatá-los por telefone ou correio electrónico. Pode ser um sinal de que eles podem transforma-se em fantasmas para sempre.

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